Para alguns engenheiros, trabalhar com projetos estruturais é uma atividade fascinante, já que instiga o desafio de projetar algo de grande valor e que vai durar décadas. Mas isso exige que o projetista tenha condições de encontrar a solução mais adequada para cada obra, garantindo a segurança, durabilidade e desempenho ao longo dos anos.
É uma responsabilidade que desperta, tanto em estudantes quanto em alguns profissionais já formados, uma certa insegurança para começar a atuar com projetos estruturais.
Para ingressar com segurança nessa área, algumas dicas podem ajudar.
1. Desejo ou motivação de fazer isso
Para seguir na área, o profissional, primeiramente, precisa ter interesse técnico (por uma área em que se sinta confortável e atraído) ou econômico (para ter outra fonte de renda).
Em alguns casos, a motivação nasce da necessidade de um determinado projeto, em que não foi encontrado um profissional especialziado para a elaboração do projeto estrutural.
Independentemente dos motivos para fazer projeto estrutural, o importante é, uma vez tomada a decisão de seguir na carreira, dedicar-se a aprender o máximo possível sobre engenharia estrutural.
2. Estabelecer o planejamento de carreira
Nenhum profissional deveria sair da universidade sem um planejamento de carreira bem feito. Para isso, a primeira coisa a fazer é definir claramente o foco de atuação:
-
projetos ou execução?
-
Em quais tipos de projetos?
-
Projetos de qual porte?
O passo seguinte é decidir a área de especialização. Entender como está o mercado de projetos na sua região, quem atua nele, qual é o padrão de projetos estruturais geralmente elaborado, quantos escritórios existem, é uma forma de dar um direcionamento mais preciso à carreira.
Além disso, essa pesquisa de mercado, em que você pode detectar o padrão de qualidade das obras, como e quem é sua concorrência, fará toda a diferença quando você precisar montar sua proposta de valor.
Finalizada a análise de nicho, é hora de aperfeiçoar as habilidades técnicas. Ter uma cota de investimento na sua própria qualificação profissional contribui para estar atualizado e se sentir mais seguro para atuar no mercado da construção civil. Além disso, estar qualificado abre portas para mais oportunidades.
3. Dispor de conhecimento técnico de engenharia na área de estruturas
A área de estruturas exige conhecimento técnico amplo, além de visão holística sobre toda a obra e entendimento sólido voltado a área de análise, dimensionamento e detalhamento de estruturas.
Dentro deste universo, é imprescindível saber das normas técnicas vigentes, destacando principalmente as NBRs 6118, 6123, 15200, 14931 e 12655.
4. Software adequado
Não é viável fazer projeto e ser competitivo no mercado apenas à mão, sem assistência de um software profissional.
Antes de escolher o software, lembre-se que o melhor software é aquele que você melhor dominar e for suficiente para atender as suas necessidades.
Procure um software que tenha fácil aprendizado, boa produtividade e que possa ser personalizável de acordo com o perfil dos projetos que você irá atuar, além, é claro, de um bom padrão de acabamento nos desenhos.
5. Fontes de consulta apropriadas
Invariavelmente, o profissional que começa na área, ainda com pouca experiência, vai ter dúvidas durante o projeto. Quando isso acontecer, o engenheiro deve ter estratégias para avançar sem maiores problemas.
Uma alternativa é consultar amigos mais experientes, livros e artigos técnicos. Durante a faculdade, fazer estágios em escritórios de projetos conceituados e manter esse networking contribui para o desenvolvimento profissional. Já profissionais com ou sem experiência no mercado da construção civil podem recorrer a cursos que possam dar amparo em itens de conhecimento que tenha esquecido ou não tenha adquirido.
Quando a dúvida for em relação ao software, deve contar com o suporte técnico da empresa fornecedora.
6. Estratégia de trabalho
Mesmo estruturas de pequeno porte têm milhares de soluções possíveis. Por esse motivo, não é viável iniciar um projeto sem ter bem claro um passo a passo do que é preciso verificar para desenvolvê-lo da forma mais eficiente possível, economicamente e funcionalmente.
Portanto, tenha uma estratégia de trabalho bem definida antes de começar. O Checklist para projetos estruturais é uma ferramenta que pode auxiliar nessa organização.
7. Desenvolver a sensibilidade estrutural
Um bom projetista deve conseguir prever quais são os resultados esperados para determinado projeto, não confiando cegamente nos resultados que o programa fornece.
Desenvolver o senso crítico faz parte da evolução do profissional, que necessita de tempo e prática.
Você pode desenvolver isso se procurar sempre entender bem o programa e os resultados que ele oferece, especialmente em pequenos exemplos e protótipos, onde a quantidade de variáveis é menor e é mais fácil de você isolar cada problema.
8. Experiência compatível com o porte da obra
Se você não tem muita experiência, comece com projetos pequenos. Somente depois de muita prática passe para projetos maiores.
9. Buscar excelência de qualidade
Não importa se é o primeiro projeto. Importa você criá-lo o mais bem elaborado possível.
Um bom profissional busca solução de excelência para o cliente dele, porque pensa no futuro.
Cativando seus clientes e entendendo as necessidades de cada um, fica mais fácil satisfazê-lo e conseguir um novo projeto.
Trabalhe para que seus clientes sejam a propaganda principal do seu trabalho.
Em suma, é possível começar a fazer projetos estruturais, seja você estudante ou profissional. Basta planejar e perseguir seus objetivos.
