A construção civil brasileira está voltada para a execução de edifícios de grande porte, o que tem exigido do ecossistema muito conhecimento e criatividade para a elaboração de projetos hidrossanitários, de prevenção à incêndio, para dimensionar os elementos e fazer entregas de altíssima qualidade.
As obras realmente surpreendem. Um ranking feito pelo portal IstoÉ Dinheiro, revela que 7 dos 10 prédios mais altos do Brasil estão em Balneário Camboriú (SC), cidade do litoral de Santa Catarina que já é conhecida como a “Dubai brasileira”. O edifício mais alto detém 294 metros e o mais baixo do ranking possui 177 metros.
Para poder ser classificado como um edifício de grande porte, o empreendimento precisa ter mais de 40 andares e uma altura superior a 150 metros. É um tipo de construção com algumas características específicas, que exigem materiais com tecnologia e inovação para suportar a demanda de uso diário dos moradores.
Permitir que em cada unidade de apartamento nesse tipo de edificação seja possível lavar louças, roupas, tomar banho, cozinhar, dar descarga, com a água na vazão e na pressão certa é o grande desafio dos projetos hidrossanitários. Vamos entender como é possível dimensionar tudo isso para garantir o bem-estar e o conforto de quem vive e trabalha em um edifício de grande porte.
Projetos hidrossanitários em edifícios de grande porte apresentam particularidades e desafios que os diferenciam de projetos em edificações menores. Alguns deles são:
Uma vasta rede de tubulações, reservatórios e equipamentos precisa ser projetada para atender a diversas demandas, como água potável, esgoto sanitário, águas pluviais, combate a incêndio, etc.
O cálculo de vazões, pressões e diâmetros das tubulações exige maior precisão devido ao grande número de usuários e equipamentos.
A interação com outras disciplinas, como arquitetura, estrutural e elétrica, é fundamental para garantir a integração dos sistemas e evitar conflitos.
Edifícios de grande porte estão sujeitos a legislações e normas mais rigorosas devido à segurança, o conforto e a sustentabilidade das instalações.
É essencial acompanhar as atualizações dessas normas para garantir que o projeto esteja de acordo com as exigências legais.
A busca por soluções que minimizem o consumo de água e energia é uma preocupação crescente em projetos de grande porte.
A implantação de sistemas de tratamento de efluentes e reuso de água é cada vez mais comum.
A instalação de sistemas de proteção contra incêndio, vazamentos e outros riscos é fundamental para garantir a segurança dos ocupantes.
O projeto hidrossanitário deve contribuir para o conforto térmico e acústico das edificações, evitando ruídos e variações de temperatura.
É fundamental elaborar um plano de manutenção e operação detalhado, que facilite a gestão das instalações ao longo de sua vida útil.
É preciso considerar que as instalações hidrossanitárias devem ser projetadas de forma a facilitar o acesso para manutenção e reparos.
É inegável que há muito o que considerar no momento de elaborar o projeto hidrossanitário para edifícios de grande porte. Atualmente, planejar a passagem da tubulação, a localização das bombas, a voltagem elétrica e tudo o mais que é necessário sem o uso de tecnologias especializadas na metodologia BIM é impensável.
O conceito BIM é essencial para integrar os projetos, como o arquitetônico, o civil, o elétrico, de incêndio e estrutural. Principalmente porque em muitas situações o espaço para a colocação dos equipamentos hidráulicos, como bombas e válvulas, é reduzido. Portanto, precisa ser bem organizado e projetado. “O BIM é uma ferramenta que ajuda muito para isso”, afirma o engenheiro Bruno Franzmann, da Franzmann Engenharia e Consultoria Ltda., especialista e projetar edificações de grande porte.
A interatividade entre as disciplinas e a possibilidade de compatibilizar os projetos por meio dos arquivos .IFC em software BIM é outra grande vantagem do BIM, por tornar mais ágil o trabalho dos projetistas, segundo os engenheiros Éveron Kayuan Gomes Carvalho e Willian Tibulo Neves, da RS Concept.
O assunto foi abordado no webinar sobre os desafios de projetos hidrossanitários em edifícios altos, disponível no YouTube da AltoQi:
Não escapou aos participantes o quanto o projeto hidrossanitário para edifícios de grande porte é impactado por projetos de prevenção à incêndio, deve dar importância à ligação com a rede pública, ao dimensionamento das bombas e se preocupar com o sistema de pressurização.
A NBR 13714/2000 determina que edificações que possuem mais de 12 metros de altura devem possuir sistemas hidráulicos preventivos de combate a incêndio. Portanto, em edifícios de grande porte, é mais do que essencial ter um bom projeto desse tipo para proteger a vida das pessoas.
Como a água é um elemento essencial no combate ao fogo, as redes de hidrantes e chuveiros automáticos precisam estar sempre com o fornecimento adequado para ser acionado em casos de emergência. Ou seja, precisa chegar pelo encanamento a todos os andares, sem qualquer falha.
Sendo assim, já durante a elaboração do projeto é importante selecionar os hidrantes com o tipo de esguicho, o diâmetro e o comprimento da mangueira correto para os edifícios de grande porte. Também os materiais, como as bombas responsáveis por impulsionar e controlar a vazão da água até os locais em que é necessária.
Para isso, são importantes:
O projeto hidrossanitário precisa indicar a ligação da saída de esgoto e das águas das chuvas na rede pública. É necessário demonstrar o caminho da tubulação até o local onde será feita a ligação.
Para isso, há dois tipos de indicação disponíveis em softwares para projetos hidrossanitários em BIM. Uma apontando para a saída da tubulação e outra direcionando para a rede pública.
Mas essas são apenas algumas das especificações técnicas importantes. Há outras que são tão necessárias constar no projeto quanto essas, para definir a instalação do sistema de coleta, a condução e afastamento dos despejos de esgoto sanitário das edificações.
Essas informações precisam estar presentes também nos memoriais e elementos gráficos para facilitar a compreensão do projeto.
As alturas manométricas a serem vencidas em edifícios de grande porte exigem soluções adequadas para a demanda. Quando projetaram o Legacy Vertical Home, a RS Concept deparou-se com o desafio de precisar localizar uma bomba que atendesse às necessidades de fornecimento de água para o empreendimento.
A empresa que utiliza o AltoQiBuilder para elaborar os projetos hidrossanitários buscou na biblioteca BIM do software um equipamento que fosse possível utilizar. "Mas o Builder, em si, não tinha uma bomba já cadastrada para suprir essa altura", explicam os engenheiros Éveron Kayuan Gomes Carvalho e Willian Tibulo Neves.
A solução foi buscar no mercado uma alternativa, junto com a equipe de suporte do AltoQi Builder. Por isso, hoje o Portal dos Fabricantes possui cadastradas as bombas da WDM Pumps, capazes de suprir as necessidades de edifícios de grande porte como o Legacy, que detém 171 metros de altura.
É imprescindível que a questão da pressurização seja considerada para os três primeiros pavimentos superiores dos edifícios de grande porte, que são os primeiros a serem alimentados pela água vinda do reservatório.
No exemplo do Legacy, a questão também foi solucionada com o auxílio do suporte do AltoQi Builder e a parceria da WDM Pumps na indicação de um pressurizador que fosse adequado para o projeto de grande porte.
A escolha dos projetistas foi utilizar um pressurizador com inversor de frequência, de forma a conseguir trabalhar com uma pressão linear, independentemente do número de peças hidráulicas em funcionamento.
A utilização de sistemas de pressurização é cada vez mais comum nos empreendimentos. A escolha correta do equipamento para resolver os problemas de pressões do projeto hidráulico depende das informações sobre:
Somente conhecendo a vazão de cada ponto de consumo é possível calcular a vazão que passará pelo pressurizador. Essas são informações importantes porque cada tipo de pressurizador possui um intervalo de vazão próprio. Portanto, não considerar isso na escolha pode comprometer o funcionamento do sistema e a qualidade do projeto.
O que pode evitar esse tipo de erro é utilizar um software para projetos hidráulicos como o AltoQi Builder que faz todo o dimensionamento do sistema automaticamente e ainda disponibiliza as peças em BIM para serem incluídas no projeto.
A evolução das formas de construir, com ambientes digitais que reproduzem o empreendimento antes mesmo de a obra iniciar no canteiro, só é completa porque fornece a possibilidade de reproduzir no cenário virtual todos os elementos construtivos da obra. Algo que só é possível quando é colocada à disposição uma Biblioteca de Peças em BIM, na qual conste o cadastro de itens de fabricantes que representem os elementos construtivos.
As vantagens vão além de simplesmente poder visualizar os equipamentos nos modelos. Pelo menos o Portal dos Fabricantes do AltoQi Builder permite ao projetista obter as informações detalhadas de cada produto, como dimensões, materiais, propriedades físicas e até mesmo informações de fabricação. Isso garante que o modelo BIM seja preciso e reflita fielmente o projeto real.
Todas essas informações contidas nas peças permitem gerar quantitativos precisos de materiais e equipamentos, o que auxilia na elaboração de orçamentos. Os projetos hidrossanitários feitos no AltoQi Buider, por exemplo, podem ser importados para o AltoQi Visus para gerar um pré-orçamento para as construtoras.
A RS Concept explica como utiliza esses recursos no webinar a respeito dos desafios de projetos hidrossanitários em edifícios altos que pode ser assistido no YouTube da AltoQi:
O próximo passo, agora, é fazer como as maiores referências do Brasil e utilizar o Portal dos Fabricantes da AltoQi para fazer o download das peças para agilizar o processo de criação do modelo de projetos hidrossanitários para edifícios de grande porte. Explore todo o potencial do BIM e entre em contato se precisar de ajuda.