Marketing e comunicação

Por que é importante trabalhar o marketing pessoal na engenharia

Tempo de leitura: 4 min.

Em meu post anterior, dei dicas para uma carreira de sucesso em estruturas. Hoje, quero falar mais sobre um dos pontos levantados: o marketing pessoal na engenharia.

Para facilitar a abordagem, separei o assunto em duas diretrizes: a manutenção da identidade profissional e o aprimoramento contínuo da técnica. Vamos começar.

A Identidade profissional – cuidados e virtudes

Marketing pessoal ou mesmo de negócios é um item deficiente ou pouco trabalhado por nós profissionais da construção civil. E não digo apenas em perfis comerciais como LinkedIn por exemplo, mas também no processo fidelização dos nossos clientes.

A ideia constante das equipes de marketing de não enfatizar o preço, mas sim destacar o valor agregado a proposta é totalmente aplicável – e desejável – em nossa profissão. E algumas ações simples podem se tornar diferenciais em um mercado tão competitivo. Veja algumas sugestões:

Ouça e pergunte mais

Atender as normativas e exigências do projeto é uma premissa básica de qualquer projetista. Mas entender, considerar e satisfazer as necessidades do seu cliente quanto ao projeto infelizmente é incomum no nosso mercado, uma vez que há uma tendência de tentarmos enquadrar aquele empreendimento dentro de modelos padrões que já trabalhamos, reduzindo a probabilidade de procurarmos soluções alternativas específicas para o cliente.

Uma dica valiosa é ouvir seu cliente e perceber se ele tem alguma necessidade pessoal naquele projeto, e considere a posição dele para sugerir uma solução viável.E caso seu cliente não fale sobre suas necessidades, pergunte.

Criar um roteiro de trabalho para levantar essas características é pertinente. Questione sobre demandas quanto ao tempo de execução, compatibilização, manual de manutenção, entre outros aspectos. Acredite, apenas questionar as ambições do seu cliente já será um diferencial.

Cliente satisfeito é cliente informado

Todo o processo envolvido desde a concepção de um projeto até sua execução é bastante longo e possui várias etapas. Por isso, é importante que o cliente não fique sem notícias sobre o andamento do projeto, ou ele pode pensar que é sua negligência técnica que está atrasando o andamento do processo. Ser reconhecido por dar retorno sobre em qual estágio está o andamento do projeto é bastante valoroso para seu marketing pessoal.

Uma forma eficaz de mostrar para seu cliente que seu projeto é bom é produzir relatórios adequados e intuitivos. Certamente irão ocorrer mudanças no escopo do projeto, e por isso você deve estar preparado e apresentar de forma antecipada para seu cliente os eventuais custos adicionais agregados as mudanças.

Não entregue apenas uma proposta de solução

Apresentar mais de uma solução para seu cliente, mostrando os prós e contras de cada escolha também é uma estratégia valorosa, uma vez que você permite que cliente tenha uma participação mais ativa na escolha da melhor solução. Tenha em mente que sua visão profissional é essencial, mas a escolha deve partir sempre do contratante, que deve estar ciente de todos os impactos da sua preferência.

Após a execução do seu projeto, buscar um feedback com o profissional da execução pode ser bastante enriquecedor. Aprimoramento contínuo é uma forma de valorização do trabalho executado.

Aprimoramento contínuo da técnica

Como atuo também como coordenador da produção de cursos do QiSat, tenho contato com diversos colegas de profissão que demonstram algumas incertezas em comum e que talvez, você também compartilhe de algumas dessas dúvidas. Vamos a elas:

Não ter conhecimento ou certeza que está desenvolvendo um bom projeto

É frequente o sentimento de estar despreparado para o mercado de trabalho, mesmo após estar formado, principalmente na engenharia civil, devido sua amplitude de possibilidade de atuação. Nosso primeiro projeto costuma ser cheio de incertezas, uma vez que possuímos pouca – ou nenhuma- experiência em desenvolver projetos.

Nessa hora, surgem incertezas como o posicionamento – ou necessidade de existência- dos pilares em todos os pavimentos, índices de esbeltez, escolha adequada das lajes, sistema construtivo e materiais componentes. Em suma, parece que estamos preparados para calcular os esforços, mas não para conceber um bom projeto.

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Porém, tenho percebido que estas dúvidas não pertencem apenas aos iniciantes em projetos. É crescente o número de profissionais experientes no mercado que tem dúvidas ou fazem projetos precários por não conhecer boas práticas e técnicas de construção.

Cursos, workshops, eventos e troca de conhecimento com outros profissionais surgem como alternativas para melhoria contínua de sua técnica. Mesmo que você não tenha dúvidas para concepção de projetos, é ideal que você conheça o que outros profissionais da área estão utilizando como solução, para manter-se atualizado com o mercado.

Conhecer todas as etapas do projeto, desde sua concepção, análise e execução também é excelente para garantir um salto qualitativo em projetos, principalmente no que se refere a construibilidade ou facilidade para execução do seu projeto.

Análise ineficiente da estrutura

Tão relevante quanto ter conhecimento para desenvolver um bom projeto é saber analisar se a solução proposta é adequada. Saber o que, como e principalmente o porquê das verificações parece princípio básico, mas ainda é um ponto que gera debate.

É extremamente importante que sejam verificadas a estabilidade global da estrutura, os deslocamentos verticais e horizontais, os critérios para a durabilidade da estrutura, as taxas de armadura, o detalhamento das uniões minimizando conflitos entre armaduras. Como orientação geral devemos evitar alterações posteriores na geometria, verificando qualquer ponto de análise que seja relevante.

É importante frisar que para atender todos os itens acima, será preciso dominar mais de uma ferramenta. Recursos tecnológicos que conversem entre si, impactam diretamente na qualidade – e nas possibilidades- do projeto entregue.

Aliás, essa estrutura de apoio, que engloba infraestrutura e ferramentas, é justamente o tema do nosso próximo artigo.

Até lá.