Arquitetos, engenheiros, pedreiros e pintores. Geralmente são essas as primeiras profissões a serem lembradas quando se fala em obras. Elas são realmente importantes para uma obra existir, tanto quanto o profissional orçamentista.
O profissional orçamentista é responsável por traduzir as especificações técnicas e métodos construtivos dos projetos em quantitativos de insumos e serviços que resultam no custo de execução e preço de venda do empreendimento. Ou seja, além do orçamentista prover o custo direto de execução de cada etapa do empreendimento, também entrega um estudo financeiro rico e muito importante para as tomadas de decisões de execução do empreendimento.
O orçamento é algo dinâmico e que precisa ser atualizado no decorrer do processo de projeto. Um bom orçamento, aliado a uma gestão eficiente de custos, pode mitigar imprevistos e reduzir gastos que impactam negativamente na lucratividade do empreendimento.
É para isso que o trabalho do orçamentista é direcionado. Por essa razão, suas funções como especialista na área de engenharia de custos não se limitam ao levantamento de preços. O orçamentista atua também:
- na leitura de projetos civis e instalações;
- na realização de adaptações no levantamento quantitativo;
- nas cotações de materiais;
- na elaboração de composições de preços unitários;
- em todas as demais necessidades que impactam na viabilidade de um empreendimento.
Portanto, há várias habilidades que um engenheiro orçamentista precisa para trabalhar com os custos de uma obra. Dominá-las torna os profissionais mais capacitados para atuar nas equipes de desenvolvimento de projetos.
O que saber antes de trabalhar como orçamentista de obras
O profissional orçamentista precisa entender sobre os detalhes construtivos das obras. Por isso, para atuar na área é preciso formação no âmbito da construção civil. O mercado é variável, nesse sentido, a atualização constante para adquirir conhecimento em preços de insumos e serviços e novidades no segmento é algo fundamental para entregar orçamentos precisos e realistas.
Quando se trata de obras, infelizmente é comum escutar que quase toda obra atrasa ou custa mais do que o previsto. O trabalho do engenheiro orçamentista é também derrubar esses mitos. São seus cálculos e conhecimentos que contribuem para a entrega de empreendimentos de acordo com o orçamento.
Para ser um orçamentista de obras de alto nível, que por consequência colabora para o sucesso e reputação da construtora e/ou incorporadora responsável pela execução do empreendimento, o primeiro passo é entender o básico: formação, salário e campo de atuação, conhecimentos necessários para estabelecer se há afinidade com a área.
Qual é a formação de um orçamentista de obras?
O orçamentista pode ser um profissional formado em Engenharia Civil ou em cursos técnicos, por exemplo, Técnico em Edificações ou Tecnólogo em Construção Civil (curso técnico de nível superior). A decisão sobre qual formação escolher depende dos objetivos de carreira e do tempo disponível para dedicar aos estudos. Por isso, a sugestão é avaliar cada uma das possibilidades.
Graduação em Engenharia Civil
A graduação tem a duração média de cinco anos. Nesse tempo, o profissional em formação adquire os conhecimentos e desenvolve as habilidades técnicas para fazer leitura e análise de projetos de arquitetura e engenharia, elaboração de projetos técnicos e se desenvolve no segmento de materiais de construção e - o mais importante para ser orçamentista – princípios básicos da engenharia de custos.
Como Engenheiro Civil, o profissional está habilitado para projetar, planejar e supervisionar atividades e projetos mais complexos, e para ser responsável pelo projeto de um empreendimento.
Ainda, somente profissionais com graduação podem ingressar em cursos de pós-graduação, em algumas especializações, em programas de mestrado e de doutorado.
A capacitação é fundamental para ser um orçamentista de obra. Os cursos e qualificações são a melhor maneira de ampliar os conhecimentos em análise de custos, estimativas, planejamento financeiro e estratégico de obras.
Técnico em Edificações
O tempo médio para concluir o curso Técnico em Edificações é de dois anos. Ao final desse tempo, o profissional pode atuar no planejamento, desenvolvimento e legalização dos empreendimentos, com a supervisão de um engenheiro civil.
Faz parte das funções do técnico em edificações executar tarefas mais práticas e operacionais, como a elaboração de orçamentos, providenciar materiais e supervisionar obras e serviços. No entanto, como cursos técnicos são considerados programas de nível médio, para se tornar um especialista em orçamento de obras, o profissional precisará buscar cursos livres de qualificação, que não exijam uma graduação como pré-requisito.
Tecnólogo em Construção Civil
São necessários três anos de estudo para se tornar um Tecnólogo em Construção Civil e poder atuar na execução e fiscalização do desenvolvimento de obras focadas em edifícios, elaboração de orçamentos e planejamento de obras, e no gerenciamento dos resíduos produzidos.
Segundo o Ministério da Educação e Cultura (MEC), os cursos tecnólogos classificam-se como de nível superior. Dessa maneira, os profissionais da área podem ingressar em pós-graduações e especializações para se tornar especialistas em orçamento de obras tanto quanto um profissional de Engenharia Civil.
Tecnólogos em Construção Civil também podem assinar projetos. A única exigência para isso é atender às condições estabelecidas pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Crea).
Salário de orçamentista
Dentre as possibilidades para se tornar um orçamentista de obra, o salário é um fator de impacto, considerado na tomada de decisão sobre prosseguir na carreira ou não.
O Mapa do Ensino Superior 2019, feito pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), revelou que a média salarial das pessoas com diploma de Ensino Superior é três vezes maior em comparação com quem não cursou uma graduação.
É possível notar essa diferença salarial na própria carreira de orçamentista. Conforme informações do site Glassdoor, a média salarial para um orçamentista com formação técnica é R$ 5 mil. Já orçamentistas com uma pós-graduação ou MBA no currículo podem receber cerca de R$ 13 mil de remuneração.
A média salarial do profissional orçamentista, calculada pelo site a partir de uma base de 799 salários cadastrados para a função, é de R$ 20,7 mil por mês no país. A remuneração variável vai de R$ 3,3 mil a R$ 42 mil.
Uma das razões para haver essa diferença é a experiência do profissional e o nicho de atuação do mercado no qual o profissional atua. Outros fatores que influenciam nos salários ofertados são:
- a contínua especialização do profissional e a obtenção de certificações específicas;
- o porte da empresa e o setor em que atua;
- a alta ou baixa demanda por profissionais;
- o nível de habilidade com tecnologias avançadas de orçamentação.
Aliás, no mercado atual, os profissionais orçamentistas de obras com domínio de softwares para orçamentos de obras podem negociar remunerações até 30% superiores devido ao conhecimento que possuem. As soluções disponíveis no mercado automatizam tarefas do orçamentista e conferem agilidade ao processo de orçamentação. Este vídeo exemplifica como a tecnologia é uma aliada do orçamentista:
Campo de atuação
O mercado para o engenheiro orçamentista não se restringe a uma só possibilidade. Pelo contrário. As oportunidades de trabalho são diversificadas para esse profissional no setor da construção civil. Englobam de empresas privadas a órgãos públicos, e de profissionais autônomos a empreendedores. As atribuições em cada local detêm uma certa diferença, embora a essência do que faz um orçamentista se mantenha em todos eles.
Construtoras e incorporadoras
As construtoras e incorporadoras sãos os primeiros tipos de negócios lembrados quando o tema é a construção civil. Talvez por isso, sejam o ambiente de trabalho de muitos engenheiros orçamentistas. Os profissionais atuam diretamente com o planejamento e execução de projetos de obras. Têm como principal responsabilidade elaborar orçamentos analíticos, levantar os quantitativos de materiais e serviços, fazer cotações de insumos e serviços com fornecedores de mercado e fazer uma análise de custos que contribua para a correta utilização dos recursos e a maior rentabilidade do empreendimento.
Escritórios de projetos
Nos escritórios de arquitetura e de engenharia, o profissional orçamentista de obra atua com arquitetos e engenheiros com o objetivo de criar projetos financeiramente viáveis. Assim, tem como principal função elaborar o orçamento analítico das obras.
Dentre suas responsabilidades, também está o estudo e análise do impacto financeiro das decisões e métodos construtivos de projeto com relação à obra.
A maior habilidade necessária, portanto, é a elaboração e análise do orçamento, de maneira a permitir que o investimento possa ser feito em acordo com as expectativas recursos disponíveis.
Órgãos públicos
Em órgãos públicos, a maior preocupação é o uso adequado dos recursos empregados na construção de escolas, unidades de saúde, centros de referência e outros equipamentos de infraestrutura pública. Portanto, a atividade do orçamentista de maior interesse é a correta e precisa elaboração do orçamento para que o uso de fundos públicos cumpra a determinação das leis e ocorra conforme as regulamentações, para aprovação dos órgãos fiscais, como os Tribunais de Contas.
Profissional liberal
A carreira de orçamentista de obras não precisa ser necessariamente em uma construtora, um escritório ou no setor público. O engenheiro orçamentista pode atuar como profissional liberal e oferecer seus serviços para negócios da construção e até mesmo órgãos municipais, estaduais e federais. É uma forma de diversificar os projetos em que estará envolvido e ter flexibilidade para trabalhar, sem contar a experiência ganha por atuar em empreendimentos distintos.
O que faz um orçamentista
É função do profissional responsável pelo orçamento de obras encontrar a melhor relação custo-benefício para a execução de um empreendimento, a partir dos projetos de arquitetura e engenharia. É por isso que faz parte do trabalho do orçamentista levantar quantitativos, a fim de relacionar todos os insumos (materiais, mão de obra e equipamentos) e serviços oriundos do processo construtivo do empreendimento.
É com base na análise do orçamento analítico e no planejamento feito pela equipe de engenharia responsável pela execução do empreendimento que é realizada a compra de materiais no momento certo. Por exemplo, não é necessário comprar os acabamentos se ainda está na fase de fundações. Sendo assim, o que o orçamentista faz é essencial para a eficiência econômica do empreendimento, pois contribui para evitar desperdícios e fazer melhor uso dos recursos.
Em resumo, então, as atribuições do engenheiro de custos são:
- elaborar estudos de viabilidade financeira do empreendimento;
- elaborar orçamentos dos recursos necessários para a execução dos empreendimentos;
- determinar o orçamento do custo de cada item dos projetos;
- analisar e atualizar o orçamento conforme as mudanças do projeto;
- criar as composições de custo necessárias;
- elaborar o cronograma e histogramas;
- comunicar-se com a equipe de engenharia de obra para fazer ajustes no orçamento sem elevar o valor previsto, comprometer a qualidade da obra e o desempenho do trabalho;
- estar atualizado com novas tecnologias disponíveis no mercado.
O que você precisa saber para se tornar um orçamentista
O orçamentista é o profissional que racionaliza o custo da obra. Por isso, está sempre atento ao mercado, às notícias e às políticas públicas que impactam a construção civil.
Além disso, o orçamentista também precisa estar atento à maneira como o empreendimento será executado.
Ganham ainda mais destaque os profissionais com visão global das disciplinas de projetos de obras e aptidão de comunicação para interagir com as equipes de projeto. Ou seja, aqueles que sabem utilizar em conjunto as hard skills e as soft skills.
Hard skills que todo orçamentista de obras precisa ter
Conhecimentos técnicos da Engenharia de Custos
É a principal hard skill do profissional orçamentista por ser a base para a realização de um trabalho preciso, confiável, estratégico e com alto valor agregado.
Os conhecimentos técnicos elevam a capacidade do profissional de analisar os cenários construtivos para elaborar o orçamento do empreendimento. Além disso, também os conhecimentos técnicos também apoia o profissional à identificar desvios e propor soluções inovadoras para garantir a otimização dos recursos.
É um conhecimento que torna o orçamentista preparado para elaborar orçamentos de obras de forma proativa, capaz de minimizar os impactos e garantir a estabilidade financeira do empreendimento.
Domínio de novas tecnologias
Trabalhar com planilhas em Excel é o básico para um orçamentista. Contudo, os requisitos quanto às habilidades técnicas exigem mais do que saber fazer operações matemáticas e análise de dados no software de planilhas eletrônicas. É cada vez maior a busca por profissionais com domínio em softwares para orçamentos de obras.
Muitas das soluções disponíveis no mercado são desenvolvidas para a elaboração de projetos em BIM, pela facilidade de integração das diferentes disciplinas, até mesmo no momento de fazer a orçamentação de obras.
O BIM é uma metodologia que introduz uma abordagem digital inovadora para o gerenciamento de projetos. Por meio da criação de um modelo digital 3D que contém informações abrangentes sobre a obra, o BIM otimiza processos, aumenta a produtividade e a colaboração entre as equipes, e entrega projetos compatibilizados com maior qualidade e precisão.
Aliás, esse é o principal ganho do orçamentista de obras com o BIM: precisão desde o início do projeto. O modelo digital 3D, rico em informações, permite a extração automática automatizada de quantitativos com alto grau de confiabilidade.
Sendo o tempo um ativo importante na construção, está mais preparado o profissional que sabe como fazer orçamentos de obras beneficiando-se dessa metodologia.
Há mais razões para fazer orçamentos em BIM nesta conversa sobre a tecnologia que está mudando a forma de executar empreendimentos na construção civil:
Conhecimento em leitura e interpretação de projetos
Assim como um arquiteto precisa dominar os desenhos para projetar uma casa, o orçamentista necessita ler e interpretar projetos para elaborar orçamentos precisos e confiáveis.
É a partir da leitura atenta dos projetos que o profissional extrai os quantitativos com precisão, garantindo que o orçamento reflita fielmente a realidade da obra.
O coração do orçamento de uma obra reside nos quantitativos, que representam a quantidade de cada insumo e/ou serviço necessário para a execução da obra.
São conhecimentos técnicos relevantes que impactam nos investimentos do empreendimento. A entrega de um orçamento completo e bem estruturado contribui para a reputação não só do cliente, como do próprio profissional. Por isso, dominar a leitura e interpretação de projetos é um investimento na própria carreira.
Competências de planejamento
Fazer a orçamentação de uma obra é mais complexo do que simplesmente abrir uma planilha, colocar em uma coluna a relação dos insumos e serviços e na coluna ao lado, as unidades, quantidades e preços de cada item. Há várias questões a serem consideradas, processos a serem executados e tudo isso exige planejamento.
É possível o orçamentista de obras conhecer os processos, o projeto, mas ter dúvidas de por onde começar. Esse é o motivo de a habilidade de planejamento estar classificada como um conhecimento técnico. Ela é necessária para a eficiência das funções do orçamentista. Uma forma de desenvolvê-la é por meio da aplicação de métodos ágeis. Os que mais ajudam a desenvolver o planejamento são os métodos Scrum e Kanban.
Habilidades de análise
O orçamentista de obras lida com um grande volume de informações que precisam ser analisadas para compor o preço total de venda do empreendimento. Para tanto, é muito importante verificar os preços relacionados à execução de cada etapa e subetapa da obra.
Portanto, uma habilidade necessária a todo profissional orçamentista é a capacidade de observar e entender os vários tipos de dados para aplicar uma solução viável para a obra. Por exemplo, a Curva ABC, que é a ferramenta para analisar e gerenciar os insumos e serviços de um empreendimento de forma estratégica e eficiente.
A Curva ajuda a identificar quais insumos e serviços consomem a maior parte do orçamento e a ter insights para gerar economias significativas. O orçamentista que sabe como aplicar esse conceito de forma eficaz consegue liberar recursos que podem ser investidos em outras áreas importantes, aumentando a viabilidade e o valor do empreendimento. Por consequência, é considerado valioso para a empresa por apoiar diretamente no encontro de inconsistências no orçamento.
Conhecer o mercado
O mercado da construção civil é afetado por diversas decisões governamentais e movimentos econômicos. O orçamentista de obras atento aos acontecimentos está sempre atualizado e um passo à frente para propor soluções às questões que impactam no orçamento da obra.
Para tanto, o engenheiro de custos deve se manter bem-informado e saber analisar como as oscilações externas podem afetar os negócios, de forma a dirimir possíveis efeitos sobre o projeto da obra. A melhor forma de se informar é participar de fóruns, grupos profissionais com atuação correlata e acompanhar as notícias do setor.
Soft skills necessárias ao engenheiro de custos
Pensamento crítico
O pensamento crítico é uma das soft skills mais requisitadas na chamada nova economia. Para o orçamentista de obras essa habilidade é fundamental porque permite ter novas ideias, movidas por questionamentos que estimulam novas perspectivas e alternativas àquelas que se apresentam.
O desenvolvimento de pensamento crítico é um processo de construção que impacta a própria forma de pensar. Por isso mesmo, é uma habilidade desafiadora porque torna necessário romper com padrões.
Um exemplo é quando o engenheiro de custos está muito habituado a uma forma de trabalhar, mas uma nova tecnologia OpenBIM está disponível. É o momento de observar o próprio método de trabalho e se perguntar se não está na hora de promover mudanças para ter maior produtividade e lucratividade.
O pensamento crítico exige escuta ativa, abertura para novas opiniões e pontos de vista para expandir a mente.
Criatividade
O processo de desenvolvimento de orçamento demanda do profissional orçamentista a capacidade de criar composições de preços para atender às particularidades de cada empreendimento. É nesse momento que o engenheiro de custos precisa de toda a sua criatividade para poder cruzar informações e distinguir qual ideia se aplica melhor a determinado projeto.
A criatividade parece não combinar em uma área em que o conhecimento técnico exige um pensamento caracteristicamente racional. Contudo, usar a criatividade significa fugir do habitual e municiar-se de uma habilidade que contribui para o surgimento de novas ideias e soluções para resolver problemas usuais de forma inovadora.
Profissionais orçamentistas com essa habilidade surpreendem pelo pensamento disruptivo e se destacam dos demais. A combinação de interesses interdisciplinares é o segredo para ter uma boa criatividade.
Resolução de conflitos
Além de pessoas criativas, o que todas as empresas buscam, até mesmo as que atuam na área da construção civil, são profissionais capazes de lidar com conflitos.
Esta é uma habilidade para quem entende a importância de facilitar processos, simplificar problemas, ouvir as pessoas, atuar com ética. Também é uma competência que antecipa os problemas e busca solucioná-los quando ainda são de menor escala e mais fáceis de solucionar.
Nesse sentido, a resolução de conflitos para o profissional orçamentista é uma competência que conduz à tomada de decisão, otimização de recursos e redução de custos, de forma criativa e colaborativa.
Habilidades de negociação e empatia
A negociação é uma das soft skills mais importantes que um orçamentista de obra pode ter. Afinal, é por meio da capacidade de negociação que o profissional pode chegar a acordos satisfatórios para todas as partes envolvidas na orçamentação da obra.
Um negociante habilidoso sabe se comunicar e ser empático para compreender e persuadir, quando necessário, as pessoas com as quais precisa dialogar para fazer uma entrega eficiente.
A negociação e a empatia promovem um ambiente de trabalho saudável. A conversa flui de forma a facilitar a compreensão sobre o que é esperado do orçamento de obras e beneficiar o alinhamento de expectativas, como as relacionadas a prazos de conclusão dessa etapa do projeto do empreendimento.
Aplicados ao dia a dia, os conhecimentos técnicos e as habilidades comportamentais geram oportunidades de crescimento e ascensão na carreira.
Comunicação
Há uma grande interação do orçamentista com a equipe de projetistas, com a equipe responsável pela execução do empreendimento e com a equipe de compras. Para lidar com essa rotina, a comunicação é uma competência essencial. Principalmente porque o caminho do trabalho na construção civil é colaborativo e para que dê certo, é preciso haver troca de experiências, ideias e críticas que possam contribuir para a performance do projeto.
Mas não é somente a comunicação verbal que é fundamental nesse cenário. Como cada vez mais o mercado se dirige para a gestão digital do empreendimento, muito da comunicação das equipes ocorre por escrito. Portanto, ter uma boa escrita é uma competência necessária para que as informações sejam compreendidas facilmente quando enviadas por mensagem também.
A comunicação é o que mantém o funcionamento adequado das empresas. Sendo assim, é uma ferramenta indispensável inclusive para os negócios da construção civil.
Ferramentas
Até algum tempo, o recurso mais usado por orçamentistas para relacionar itens e calcular os custos dos empreendimentos eram as planilhas de Excel. Hoje, já existem muitas outras soluções tecnológicas no mercado de softwares para orçamento de obras, com funcionalidades que permitem ao engenheiro de custos atuar com maior eficiência e agilidade.
O profissional que entra no mercado da construção civil já utilizando uma das soluções tecnológicas disponíveis ou decide deixar as planilhas para modernizar seu modo de trabalhar, não só agrega mais valor aos seus serviços como apresenta habilidades requisitadas pelo mercado.
Orcafascio
É composto por módulos que ajudam a planejar a obra e controlar o canteiro de obras. Pode ser usado por profissionais liberais empreendedores, órgãos públicos e empresas da construção civil. É online, funciona em nuvem, possui compatibilização com o Revit© e Power BI©, e integração com bancos de dados públicos.
eCustos
A solução é desenvolvida para gestão de orçamentos e análises de viabilidade, com o objetivo de garantir previsibilidade para todas as etapas da obra. É uma solução para construtoras e incorporadoras que permite às equipes trabalharem em conjunto no desenvolvimento do orçamento. Também possibilita a extração de relatórios dos orçamentos criados. Não possui versão mobile e nem utiliza a metodologia BIM para compatibilização de projetos.
Vigha
O software para controle de obras funciona via aplicativo. Permite criar orçamentos, gerenciar informações do canteiro de obras, planejar um cronograma financeiro, entre outras funcionalidades. Possui módulos que podem ser contratados à parte. É utilizado principalmente por pequenas empresas de construção civil, embora ainda não utilize a metodologia BIM como recurso.
Seobra
É um software para orçamentação e planejamento de projetos de construção. Possui integração com o Revit© e faz o cálculo das quantidades dos serviços conforme os critérios de medição e pagamento estabelecidos. A lista de opções de bancos de dados disponíveis inclui as tabelas Sinapi e Sicro. Como outros softwares do mercado, não possui versão mobile e também não está conectado às novas tecnologias, como a metodologia BIM.
Volare
É um software para construtoras desenvolverem orçamentos, o planejamento e controlarem os gastos dos projetos. Permite criar planilhas orçamentárias e fazer a integração do orçamento com demais sistemas CAD e BIM. Atende a obras de qualquer porte e tipo. Possui integração com bancos de dados públicos, além de disponibilizar as Tabelas de Composições de Preços para Orçamento (TCPO) desenvolvida pela PINI.
AltoQi Visus
O AltoQi Visus é uma solução OpenBIM para orçamento de obras. Com o software, é possível trabalhar com a importação de projetos em DWG, PDF e/ou IFC (formato OpenBIM). A solução de software se destaca por ampliar a capacidade analítica sobre os custos e prazos do empreendimento.
Permite ao engenheiro de custos trabalhar com foco total e de forma muito mais rentável. Ao importar os arquivos .IFC de qualquer outra solução para dentro do Visus, o profissional pode criar um modelo federado para orçar e planejar todas as disciplinas da obra, em qualquer etapa do projeto. A solução conta com nove bancos de dados públicos para orçamentação como SINAPI, SICRO entre outros, e ainda permite a importação de bancos de dados de insumos e composições de custo.
8 dicas para ser um orçamentista de obras desejado pelo mercado
Números, projetos, projeções, planejamentos. Esse é um vislumbre do que envolve a carreira de engenheiro de custos. O universo da orçamentação envolve muito mais que isso e para ser o orçamentista que todo cliente ou empresa quer, é preciso dominar os conceitos da Engenharia de Custos, conceitos técnicos de execução de obras e estar alinhado com as novas tecnologias do mercado.
Não é um patamar inalcançável. Apenas é preciso dedicação para evoluir profissionalmente e se tornar um bom orçamentista. As principais dicas para obter o reconhecimento são:
Ter um projeto bem definido
Para que todas as etapas construtivas do empreendimento fluam conforme o orçamento e planejamento, é fundamental que os projetos sejam muito bem definidos, estudados e compatibilizados.
Não é trabalho do engenheiro de custos garantir a excelência dos projetos, mas o seu conhecimento na área de custos e técnicas construtivas pode ajudar as equipes de projeto a identificarem questões que precisam ser revistas para apoiar a etapa de orçamentação e planejamneto. Perguntar sempre que surgir uma dúvida é a melhor maneira de fazer com que o projeto esteja completo como deve.
Atualmente, o uso da metodologia BIM facilita muito a comunicação entre as equipes. O profissional tem à disposição o recurso das notas BCF e por meio delas pode informar suas percepções e sanar suas dúvidas com os demais envolvidos na elaboração do projeto, com agilidade e de maneira simplificada. Como isso funciona na prática? O vídeo a seguir traz mais informações a respeito:
Saber trabalhar colaborativamente
São muitos os profissionais e setores relacionados à construção. O orçamentista de obras é um dos profissionais envolvidos no ciclo de vida do empreendimento e, por isso, não pode querer atuar isoladamente. Trabalhar sozinho é receita para o insucesso.
O orçamentista de obras que entende a necessidade da interação entre as equipes e até mesmo adquire a confiança dos demais projetistas, tem abertura para conversar, sugerir troca de insumos para obter o melhor custo-benefício e questionar os itens propostos para o empreendimento.
Mas precisa se lembrar que esta é uma via de mão dupla e ao mesmo tempo que propõe, o engenheiro de custos precisa saber ouvir e, quando for o caso, retroceder nas suas proposições em favor do melhor resultado possível.
Ter respeito pelo trabalho de outros profissionais é a regra de ouro para o trabalho colaborativo dar certo. É o que garante relações harmônicas, necessárias para o sucesso que todos têm interesse em conquistar. A engenheira Luana Finardi explica melhor para onde a colaboração pode levar as empresas no vídeo a seguir:
Evitar o desperdício
Já está bem claro que o papel do orçamentista é otimizar os recursos da obra para o bem da eficiência econômica. Portanto, evitar o desperdício é uma tarefa relevante de todo engenheiro de custos.
Os profissionais com conhecimento sabem que existem diferentes maneiras de eliminar o mau uso de recursos, desde medidas sustentáveis à adoção de metodologias de construção que geram menos resíduos.
O conhecimento sobre as inovações disponíveis na área da construção é o que permite aplicar soluções que afetam menos o orçamento e impactam positivamente a rentabilidade do negócio. Algumas dicas de como alcançar esse resultado são compartilhadas no canal do YouTube da AltoQi:
Estudar sempre
O aprendizado do orçamentista de obras não termina quando ele recebe um diploma ou um certificado. Os tempos atuais exigem aprendizagem constante. É o conhecido lifelong learning, apontado por especialistas em carreira como indispensável para garantir a empregabilidade.
Contudo, a educação continuada faz mais do que simplesmente garantir um trabalho que pague as contas no fim do mês. Ela demonstra uma capacidade de adaptação e mantém os engenheiros de custos atualizados com as novas tecnologias. Também une a teoria à prática e permite a disseminação de conhecimentos, considerada uma das principais formas de dominar um novo assunto.
Já foi o tempo em que os profissionais eram considerados detentores de todo o conhecimento necessário após finalizar os estudos formais. A globalização e a digitalização mostraram que sempre há lacunas de conhecimentos a preencher.
Na área da construção civil, uma das tecnologias mais recentes, e que somente alguns profissionais têm se dedicado a dominar, é a metodologia BIM. Fazer cursos livres na área é uma forma de aprender, colocar em prática o conceito por meio do uso de softwares nativamente OpenBIM e, ao mesmo tempo, já estar capacitado para um mercado promissor. Para saber por onde começar, assista às dicas que o engenheiro Francisco Gonçalves Jr. compartilha no vídeo a seguir:
Ter foco
O engenheiro de custos que tem foco é o que apresenta melhor produtividade, faz entregas com mais qualidade e sente menos estresse no trabalho. O foco também contribui para a capacidade de concentração, necessária para lidar a extração de quantitativos, análises do orçamento e prazos de entrega apertados.
Criar estratégias para manter um estado de foco beneficia inclusive os objetivos profissionais, que podem ser alcançados com maior facilidade. Sem contar o quanto isso colabora para o desenvolvimento de outras competências como autodisciplina e autogerenciamento, valiosas para as empresas e a progressão na carreira.
Em qual orçamentista a empresa ou o cliente irá confiar mais? Naquele que não consegue cumprir o prazo ou no profissional que além de entregar o orçamento na data, trouxe novas ideias e soluções para otimizar os custos e prazos de execução do empreendimento? O resultado está relacionado ao foco, à dedicação e ao nível de comprometimento.
Por isso, o foco é, por vezes, o grande segredo de profissionais que entram em uma empresa como assistente e seis anos depois já ocupam o cargo de gerente de orçamentos. Existem várias dicas de como ser mais produtivo. Algumas delas estão no canal de YouTube da AltoQi:
Ter inteligência emocional
Um orçamentista de obras usa a inteligência emocional a todo momento. Basta pensar no número de projetos, reuniões, relatórios e nas outras tarefas que tem a realizar. A falta de inteligência emocional torna desgastante dar conta de tudo isso e das pessoas que envolvidas no processo. É preciso compreensão sobre si para controlar as emoções em vez de sair do escritório batendo as portas.
É a inteligência emocional que fornece a mentalidade para administrar as mais variadas situações nas quais o engenheiro de custos se envolve no trabalho. Bem administrado, é um comportamento que provoca admiração e reconhecimento, e pode inspirar os demais. Não só pela capacidade de dominar as próprias emoções, mas pela habilidade de compreender as outras pessoas.
Profissionais com a inteligência emocional em dia possuem autoconhecimento, automotivação, sabem se controlar, reconhecem as emoções das outras pessoas e nutrem bons relacionamentos interpessoais. Um começo para fortalecer algum dos comportamentos é o livro Inteligência Emocional, do psicólogo Daniel Goleman.
Conhecer a metodologia BIM
Não é de hoje que tem se falado na metodologia BIM e em todos os seus benefícios para a construção civil. Portanto, um profissional orçamentista atento às tendências do mercado sabe que para ter um futuro promissor e repleto de oportunidades precisa dominar a metodologia BIM.
O BIM coloca o engenheiro de custos no controle total do seu trabalho. Permite acompanhar as alterações no projeto e ajustar o orçamento com rapidez e agilidade, garantindo que ele esteja sempre atualizado.
O fato de automatizar diversos processos na elaboração de orçamentos ainda significa mais tempo para se concentrar em análises estratégicas, otimização de custos e na entrega de orçamentos ágeis. Uma forma de aperfeiçoar os conhecimentos na metodologia é Imersão BIM – Visão 360 em Projetos, da AltoQi Education.
Dominar as novas tecnologias
Não tem jeito. O profissional que quer se manter competitivo no mercado deve saber utilizar a tecnologia a seu favor. Há muitos softwares para fazer orçamentos que podem ser usados pelos engenheiros de custos. Os mais interessantes são os que permitem fazer orçamentos em BIM por algumas razões:
- permitem ter em mãos as disciplinas de projeto em três dimensões e com informações geométricas e específicas sobre os elementos modelados;
- possibilitam rastrear as informações de quantitativo e orçamento no modelo 3D;
- realizam a extração de quantitativos dos projetos de forma parametrizada e automatizada;
- integram o orçamento ao planejamento;
- possuem recurso de relatório automatizado que fornecem maior precisão às análises dos custos.
Softwares como o AltoQi Visus Cost Management são a evolução digital na construção civil e já está revolucionando o setor da mesma forma que os aplicativos de transporte mudaram a mobilidade nas cidades. Sendo assim, os profissionais que forem capazes de absorver as mudanças primeiro sempre serão os mais preparados para atender às exigências do mercado da construção civil.
Para já não perder mais tempo, recomendamos visitar o canal da AltoQi no YouTube e assistir a todos os conteúdos sobre orçamento de obras. São especialistas expondo o que o BIM representa para a construção civil. Prepare-se para o que já é realidade.