Hidrossanitário

Sistema predial de água quente: conceito e normas

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O sistema predial de água quente (SPAQ) tem por finalidade conduzir a água aquecida, através de condutos até os pontos de utilização. É primordial que o profissional execute o projeto considerando as situações que promovam a correta condução deste fluido até o ponto de utilização, garantindo o conforto térmico do usuário.

A escolha do sistema de aquecimento é de suma importância para as soluções que serão tomadas para garantir o conforto térmico do usuário. É possível destacar os seguintes sistemas utilizados em larga escala em edificações aqui no Brasil: aquecimento solar ou aquecedores de passagem.

Como escolher o melhor sistema predial de água quente?

A escolha do sistema de aquecimento da água a ser adotado no projeto deve levar em conta os seguintes fatores:

  1. Definição do usuário: em geral, o usuário pode inicialmente optar pelo tipo de aquecimento que mais lhe agrada. Fica a cargo do projetista avaliar se a escolha de fato corresponde à melhor solução para o sistema predial de água quente;
  2. Disponibilidade de investimento inicial com o projeto e custos de instalação do usuário;
  3. Necessidade de aliar economia na conta de energia a longo prazo com uma solução cuja energia é retirada de uma fonte considerada limpa;
  4. Análise da existência do espaço necessário para utilização do sistema de aquecimento.

Deve-se, portanto, analisar este e outros fatores específicos que forem apresentados para avaliação da melhor solução a ser adotada no projeto em questão.

Aspectos normativos do sistema predial de água quente

Atualmente, os projetos e execuções de instalações prediais de água quente são normatizados pela NBR 7198/93. Porém, diante das novidades tecnológicas existentes no mercado, faz-se necessária a sua atualização. Deste junho de 2012, uma nova norma de projetos e execução de sistemas prediais de água fria e quente está sendo elaborada pela Comissão de Estudo (CE) 02:146.03 da ABNT. A comissão visa substituir as normas NBR 7198:1993 – Projeto e Execução de Instalações Prediais de Água Quente – e NBR 5626:1998 – Instalação Predial de Água Fria, unificando-as devido à semelhança em seu conteúdo e integração.

Está previsto para meados de junho de 2016 a consulta pública da nova norma, dando a oportunidade ao projetista de colaborar e executar os projetos baseado em recomendações mais atualizadas.

A atenção ao tema enfatiza a relevância do projeto hidráulico na edificação, principalmente no que se refere à sustentabilidade e, consequentemente, ao uso racional dos recursos ambientais, levando também em consideração os novos materiais e tecnologias hoje existentes.

Cenário atual requer alternativas sustentáveis e econômicas

Em função dos desafios atuais, como a falta de abastecimento de energia elétrica no país e o encarecimento da energia, surge a necessidade de se adotar soluções mais sustentáveis. Assim, os sistemas individualizados de aquecimento de água vem ganhando força, em detrimento aos sistemas aquecidos por energia elétrica.

Podemos destacar neste contexto a utilização dos sistemas de aquecimento solar para sistema predial de água quente. Além de extrair a energia capaz de aquecer a água de uma fonte gratuita, que é a radiação solar, a sua utilização vem sendo incentivada em diversos estados no país.

Em 2007, a Lei 14459/2007 foi sancionada no município de São Paulo, obrigando que novas casas ou edifícios – dentro de uma determinada especificação – adotassem como sistema de aquecimento de água o uso da energia solar.

Destaca-se o Projeto de Lei 5733/09, que trata o uso prioritário de energias alternativas no sistema de aquecimento de água em edifícios construídos com recursos do Sistema Financeiro da Habitação. O PL já foi aprovado pelo Senado e, em novembro de 2015, aprovado por unanimidade pela Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU). Atualmente, a matéria aguarda a aprovação pela Comissão de Finança e Tributação (CFT).

Diante da mudança na diretriz de concepção adotada para os projetos de edificação, o projetista precisa dominar tal conteúdo para elaborar um trabalho de qualidade, garantindo dessa forma o conforto final ao usuário. Há diversas patologias que podem surgir em um projeto de sistema predial de água quente, seja por equívocos na elaboração do projeto, ou também por erros relacionados à instalação inadequada do equipamento.

Nas próximas publicações, vamos focar no sistema de aquecimento solar da água, apresentando seus critérios normativos, boas práticas para projetos e desafios relacionados às suas patologias.

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