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Novo desafio para o mercado da construção civil: projetos mais rápidos, econômicos e com alto desempenho nas edificações

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Muito tem se falado de tendências e novos recursos tecnológicos no mercado da construção civil. É inegável os benefícios e transformações que o segmento terá ao incorporar completamente o conceito BIM, como absorver as exigências ecológicas que prezam pelas noções de reuso e reutilização, a implementação de projetos que consideram a aplicação de fontes de energia renováveis, implementar conceitos que garantam integração, organização e compatibilidade, além de ações que acarretem em economia de recursos e materiais.

Paralelamente a essas tendências, surge um desafio a todo profissional desse mercado: melhorar o desempenho nas edificações, com projetos mais eficientes, econômicos e realizados de forma mais rápida, tanto o projeto quanto a execução.

É preciso reconhecer que o desafio proposto já tem velhos conhecidos do profissional projetista: a economia e rapidez já são requisitos exigidos no cenário atual. A eficiência do empreendimento, antes focada na durabilidade e vida útil da estrutura, agora terá que compartilhar seu foco com as com as exigências atuais, ou seja, a implementação de noções que prezam por integração, colaboração, organização e economia de recursos, materiais e energia, além de compartilhar seu foco com as exigências do usuário final, no que tange ao seu conforto e ao atendimento de todas as normas prescritivas,para possuir um alto desempenho nas edificações.

Felizmente, as necessidades e exigências para se alcançar níveis elevados de eficiência e alto desempenho nas edificações são acompanhadas pelo crescimento de recursos, graças ao desenvolvimento tecnológico, facilitadores da profissão, como o surgimento de softwares que prezam pela integração entre os projetos ou o surgimento de recursos que facilitam comunicação e compartilhamento de dados entre os envolvidos. Tais adventos fornecem aos profissionais grandes poderes e como diria um renomado autor do universo dos quadrinhos, “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”.

Dessa forma, ter projetos mais eficientes não significa apenas trazer mais economia ao contratante e realizar o projeto mais rápido. A eficiência do projeto será atestada quando a solução proposta atender os requisitos atuais que exigem a aplicação de conceitos de integração e compatibilidade, além de critérios que promovam economia de recursos, energia e materiais, além de atender também os requisitos que garantam o conforto do usuário da edificação e as particularidades de cada projeto.

É sabido que as normas para construção estão cada vez mais rigorosas e também, mais numerosas. Em uma conta rápida, despretensiosa podemos citar cerca de 600 normas que os profissionais projetistas têm como parâmetros. Apenas a norma 15575, de desempenho nas edificações, se correlaciona com 200 outras normas, como a 5410 de projetos elétricos de baixa tensão e a 14432 de Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações.

Ou seja, um projeto mais eficiente tem que atender a todas os preceitos instaurados em todas as normas técnicas, logicamente da forma mais rápida possível e principalmente econômica. Bastante desafiador, certo?

Tão desafiador que, atender todos os requisitos normativos tem se tornado – embora não devesse ser incomum – um diferencial entre as construtoras e os projetistas. Então, o que surge como um desafio, pode ser visto com um degrau a ser escalado para que a construção civil brasileira seja elevada a um nível superior, de encontro com o que se exige e realiza nos países desenvolvidos.

Para mensurarmos o quanto ainda estamos longe do ideal, segundo levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (SINDUSCON-DF), apenas as cidades de São Paulo e Novo Hamburgo (RS) apresentam construções que propõe-se a atender a norma de desempenho nas edificações (NBR 15575), com abrangência nacional e vigente desde julho de 2013, em sua totalidade. São apenas 2 de 5.570 municípios brasileiros.

Considerado estes dados, podemos constatar o que já esperávamos. Acreditar que apenas os conhecimentos adquiridos na faculdade e através da experiência tornam um profissional eficiente é uma ideia ultrapassada. É preciso pensar além dos componentes, além da durabilidade e da economia. Para se destacar, o profissional terá de ser mais rápido, criativo e inovador.

Afinal, o reconhecimento por superar um desafio é igualmente proporcional a dificuldade imposta.