Esses métodos sustentáveis ajudam a economizar água e se transformam em alternativa em épocas de racionamento hídrico. Nas áreas urbanas são usados, geralmente, para abastecer descargas de vasos sanitários, regar hortas e jardins, para limpeza de áreas comuns e também de automóveis. Aqui no blog você vai conferir posts especiais sobre o tema. Vamos começar com os três principais conceitos para a aplicação em instalações hidráulicas prediais.
A água da chuva coletada normalmente em telhados e lajes de coberturas segue seu trajeto pelas calhas até os condutores verticais e horizontais e chega por fim às cisternas. Neste caminho – entre a área de captação e a cisterna – são utilizados filtros para separar os resíduos mais grosseiros, que funcionam de forma semelhante a uma peneira, direcionando a água com detritos para a rede de drenagem e a parte filtrada para a cisterna.
Neste processo, é importante considerar o first flush, que é o descarte da chuva inicial. Isso porque a água da chuva que cai no telhado se mistura com diversos resíduos, entre eles, folhas, de pássaros, grãos de areias e poeira. Como as peneiras não conseguem eliminá-los totalmente, é utilizar reservatórios de autolimpeza.
O dimensionamento do volume do reservatório pode ser feito com base nas seguintes informações: retenção de 0,4 L/m², segundo o padrão da Flórida (EUA) ou dimensionamento com valores de superfície entre 0,8 e 1,5 L/m², conforme recomendação do professor Dacach.
Considerando um telhado de 250 m² e uma taxa de retenção de 0,4, temos como exemplo um reservatório de autolimpeza de 100 L (250*0,4).
Não é possível que o aproveitamento de água da chuva seja total – ou 100%, pois parte da água que cai em uma determinada área evapora, passa pelo processo de autolimpeza ou sofre outras perdas. Por esse motivo, deve-se usar o coeficiente de runoff no cálculo de dimensionamento do volume que será efetivamente reservado. Para telhados este coeficiente pode ser de acordo com a tabela apresentada a seguir:
Confira um exemplo de dimensionamento considerando o first flush e o coeficiente de runoff.
V= P x A x C x ?
V= volume do reservatório (litros)
P= precipitação média mensal (mm)
C= coeficiente de runoff do telhado (adimensional)
? = rendimento considerando o first flush (varia entre 0,5 e 0,9)
A= área do telhado (m²)
Assim, para definir um volume de chuva que pode ser reservado em uma área de telhado igual a 150 m², observando a precipitação mensal igual a 100 mm e adotando C= 0,8 e ? = 0,85, temos: V= 100 x 150 x 0,8 x 0,85 = 10.200 litros.
Para obter o máximo aproveitamento de água da chuva, é preciso seguir as regras normativas de instalação e aplicar conhecimento teórico e prático de instalações hidráulicas. Confira outros posts sobre o assunto no nosso blog.
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