O Futuro da Construção Civil foi o grande tema do evento realizado pela AltoQi na plenária do QiConnect, dentro da Feira ConstruirAí.
Durante um dia inteiro, especialistas, empresas e líderes do setor compartilharam cases reais e insights sobre como tecnologia, gestão digital e inovação estão transformando a forma de projetar, construir e gerir empreendimentos.
Prepare-se para conferir os destaques de cada palestra e painel, entender os principais desafios e conhecer soluções que estão moldando a próxima década da construção civil.
O QiConnect foi uma plenária exclusiva da AltoQi, realizada dentro da feira Construir Aí.
O evento, limitado para 500 participantes, reuniu engenheiros, arquitetos, construtoras e incorporadoras para discutir práticas reais que já estão revolucionando o setor.
O diferencial foi a abordagem 100% prática: em vez de teorias ou romantização da tecnologia, cada sessão trouxe exemplos reais de projetos, metodologias e ferramentas aplicadas em campo.
O setor da construção civil enfrenta desafios históricos:
Nesse cenário, a busca por eficiência, industrialização e digitalização deixa de ser opção e passa a ser questão de sobrevivência.
O QiConnect mostrou que quem não se adaptar corre sérios riscos de ficar para trás.
Felipe Althoff, CEO da AltoQi, abriu o evento destacando que a construção civil precisa migrar do improviso para a gestão baseada em dados.
O BIM, segundo ele, não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta estratégica para conectar projetos, prazos, custos e execução em tempo real.
O programa BIM ONE foi apresentado como um modelo de implementação prática em quatro etapas: diagnóstico, piloto, capacitação e gestão ativa.
Em seguida, Luiz Gustavo Santos (Falconi) e Rodrigo Valente (Patrimar) trouxeram um alerta: desperdícios operacionais podem decretar a falência de construtoras.
Aplicando Lean Construction, a Patrimar reorganizou equipes, implantou indicadores de desempenho e conseguiu reduzir custos e atrasos de forma significativa.
Marcelo Mannrich (Mannz) e Thaise Adami (Embraed) apresentaram o case do Edifício Alaia e desmistificaram crenças sobre o BIM. Entre os principais pontos:
Mariele Dombroski (Baseline) mostrou como, em parceria com a Construtora Record, foi possível reduzir 18% dos custos em uma obra de 200 mil m².
Foram testados diversos cenários construtivos (concreto, steel frame, madeira engenheirada, híbridos), com simulações de custo, prazo e logística.
A decisão, baseada em dados, resultou em economia milionária e redução de prazos.
Caroline Bucciano (AndaObra) e Miguel Rivero (Bilds) abordaram o papel da liderança no canteiro.
Segundo eles, 62% dos atrasos em obras estão ligados a falhas de gestão de campo.
A solução passa por líderes capazes de engajar equipes com autonomia, propósito e processos visíveis — apoiados por ferramentas digitais de planejamento.
Adriana Bombassaro (FastBuilt) e Maria Helena Dimas (Tenda) apresentaram o impacto da digitalização na assistência técnica.
Com a plataforma FastBuilt, a Tenda reduziu o tempo médio de atendimento de chamados de 15 para 9 dias, escalou atendimento em mais condomínios e aumentou o NPS em 6 pontos.
A mensagem foi clara: pós-obra não é custo, é oportunidade de fidelização.
Mediado por Felipe Roque (AltoQi), Fabiula Carazzai (Vetter) destacou os maiores desafios de digitalização que pequenas e médias construtoras enfrentam.
Segundo Robson Carlos Santos (Magnus Engenharia), a estratégia de crescimento está baseada em:
Alan Metzler e Elton Pivato, da Hoyt Engenharia, mostraram o case Terra All Resort, empreendimento com VGV de R$ 2,1 bi em Porto Belo/SC.
Combinando BIM e Engenharia de Valor, foram geradas economias de R$ 12,26 milhões, equivalentes ao lucro líquido de 17 apartamentos.
Entre as decisões que trouxeram retorno:
No painel mediado por Rodrigo Koerich (Presidente BIM Fórum Brasil), Leandro Oliveira (Exponent) e Rafael Evangelista (MAC Construtora) mostraram como a integração entre empresas funciona na prática.
A MAC adota um framework baseado em Pacotes de Entrega Integrados (PEI) e protocolos abertos (IDS e BCF), garantindo previsibilidade e redução de erros.
Julia Leite Schultz (PlanBIM) apresentou o case do Edifício Lift, em Maceió.
Ao migrar do Excel para uma gestão integrada com BIM 5D, foram alcançados:
Ivo Mainardi (Metrô) mostrou como a companhia está gerenciando mais de 4.500 modelos BIM em linhas de metrô.
Com uso de IFC, gêmeos digitais, drones e LiDAR, foi criado um processo de validação contínua e multidisciplinar, com milhares de issues monitorados em tempo real.
Matheus Otoni Orlandi (Direcionalo) apresentou em Balneário Camboriú a implantação do canteiro digital.
O uso da plataforma Visus permitiu maior rastreabilidade, transparência para investidores e redução de retrabalho.
A mensagem foi direta: quem não digitalizar o canteiro ficará para trás.
Flávio Ludvig (Hurbana) e André Ferraro (Nord) mostraram que gestão de resultados começa na viabilidade.
Com simulações digitais de custo e prazo, é possível evitar desvios que, em 59% dos casos, têm origem ainda antes da execução da obra.
O Canteiro Digital da Hurbana já simula cada etapa construtiva, buscando industrialização e otimização.
Gilberto de Freitas (ITIE), Rui Luiz Gonçalves (AltoQi) e Felipe Althoff (AltoQi) destacaram que o Futuro da Construção Civil será industrializado, digital e colaborativo.
O novo protagonista será o fabricante de edificações e componentes, capaz de entregar soluções replicáveis, customizáveis e sustentáveis.
Metodologias como BIM, DfMA, DfD e DfR, além de tecnologias como gêmeos digitais e realidade aumentada, serão a base da próxima geração de empreendimentos.
O QiConnect mostrou que o Futuro da Construção Civil não é mais projeção, mas realidade em curso.
Empresas que aplicam BIM de forma integrada, investem em liderança de obra, digitalizam o pós-obra e exploram a industrialização já estão colhendo ganhos expressivos em custos, prazos e qualidade.
O setor caminha para ser mais eficiente, sustentável e colaborativo.
O desafio é cultural: sair do improviso e adotar processos digitais que conectam todas as fases da construção.
Se você atua na área de engenharia, arquitetura ou incorporação, prepare-se: o futuro já está sendo construído, e ele exige dados, integração e inovação.