Mundo da construção civil

Futuro da Construção Civil no QiConnect

Descubra como inovação, BIM e gestão digital estão definindo o futuro da construção civil com cases práticos apresentados no QiConnect.

Tempo de leitura: 6 min.
Escrito em 13 out 2025     Atualizado em 13 out 2025

O Futuro da Construção Civil foi o grande tema do evento realizado pela AltoQi na plenária do QiConnect, dentro da Feira ConstruirAí. 

Durante um dia inteiro, especialistas, empresas e líderes do setor compartilharam cases reais e insights sobre como tecnologia, gestão digital e inovação estão transformando a forma de projetar, construir e gerir empreendimentos.

Prepare-se para conferir os destaques de cada palestra e painel, entender os principais desafios e conhecer soluções que estão moldando a próxima década da construção civil.

Futuro da Construção Civil: O que foi visto no QiConnect?

O QiConnect foi uma plenária exclusiva da AltoQi, realizada dentro da feira Construir Aí

O evento, limitado para 500 participantes, reuniu engenheiros, arquitetos, construtoras e incorporadoras para discutir práticas reais que já estão revolucionando o setor.

O diferencial foi a abordagem 100% prática: em vez de teorias ou romantização da tecnologia, cada sessão trouxe exemplos reais de projetos, metodologias e ferramentas aplicadas em campo.

Futuro da Construção Civil? Por que falar sobre?

O setor da construção civil enfrenta desafios históricos:

  • 65% das obras no Brasil estouram custos.
  • 89% atrasam prazos, segundo dados da Falconi.
  • escassez de mão de obra qualificada e baixa produtividade comparada a países desenvolvidos.


Nesse cenário, a busca por eficiência, industrialização e digitalização deixa de ser opção e passa a ser questão de sobrevivência.

O QiConnect mostrou que quem não se adaptar corre sérios riscos de ficar para trás.

Futuro da Construção Civil: Principais destaques do QiConnect

A Nova era da construção: Do improviso à gestão real

Felipe Althoff, CEO da AltoQi, abriu o evento destacando que a construção civil precisa migrar do improviso para a gestão baseada em dados

O BIM, segundo ele, não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta estratégica para conectar projetos, prazos, custos e execução em tempo real. 

O programa BIM ONE foi apresentado como um modelo de implementação prática em quatro etapas: diagnóstico, piloto, capacitação e gestão ativa.

Eficiência ou extinção: Decisões que mudam margens

Em seguida, Luiz Gustavo Santos (Falconi) e Rodrigo Valente (Patrimar) trouxeram um alerta: desperdícios operacionais podem decretar a falência de construtoras.

Aplicando Lean Construction, a Patrimar reorganizou equipes, implantou indicadores de desempenho e conseguiu reduzir custos e atrasos de forma significativa.

BIM para projetistas: O que realmente funciona (E o que é ilusão)

Marcelo Mannrich (Mannz) e Thaise Adami (Embraed) apresentaram o case do Edifício Alaia e desmistificaram crenças sobre o BIM. Entre os principais pontos:

  • Funciona: integração de disciplinas, simulações de desempenho e quantitativos precisos.
  • Ilusão: acreditar que o modelo 3D resolve tudo sem processos, comunicação e cultura colaborativa.

Reengenharia & Economia: Obra de 200mil m² com custo de construção 18% menor 

Mariele Dombroski (Baseline) mostrou como, em parceria com a Construtora Record, foi possível reduzir 18% dos custos em uma obra de 200 mil m².

Foram testados diversos cenários construtivos (concreto, steel frame, madeira engenheirada, híbridos), com simulações de custo, prazo e logística.

A decisão, baseada em dados, resultou em economia milionária e redução de prazos.

Liderança de obra: Formando times que entregam

Caroline Bucciano (AndaObra) e Miguel Rivero (Bilds) abordaram o papel da liderança no canteiro.

Segundo eles, 62% dos atrasos em obras estão ligados a falhas de gestão de campo

A solução passa por líderes capazes de engajar equipes com autonomia, propósito e processos visíveis — apoiados por ferramentas digitais de planejamento.

Gestão inteligente no pós: O ciclo não termina no após a obra

Adriana Bombassaro (FastBuilt) e Maria Helena Dimas (Tenda) apresentaram o impacto da digitalização na assistência técnica.

Com a plataforma FastBuilt, a Tenda reduziu o tempo médio de atendimento de chamados de 15 para 9 dias, escalou atendimento em mais condomínios e aumentou o NPS em 6 pontos.

A mensagem foi clara: pós-obra não é custo, é oportunidade de fidelização.

Painel Pequenas e Médias Empresas: Estratégias para escalar

Mediado por Felipe Roque (AltoQi), Fabiula Carazzai (Vetter) destacou os maiores desafios de digitalização que pequenas e médias construtoras enfrentam.

Segundo Robson Carlos Santos (Magnus Engenharia), a estratégia de crescimento está baseada em:

  • Plano de Execução BIM (PEB) bem estruturado.
  • CDE (Ambiente Comum de Dados) para centralizar informações.
  • Normas ISO 19650 como referência de governança de dados.

O retorno financeiro do BIM em projetos de engenharia

Alan Metzler e Elton Pivato, da Hoyt Engenharia, mostraram o case Terra All Resort, empreendimento com VGV de R$ 2,1 bi em Porto Belo/SC.

Combinando BIM e Engenharia de Valor, foram geradas economias de R$ 12,26 milhões, equivalentes ao lucro líquido de 17 apartamentos. 

Entre as decisões que trouxeram retorno:

  • Uso de barramento blindado em vez de cabos (R$ 8,8 mi economizados).

  • Antecipação de furações (R$ 2,2 mi de economia).

Painel Projetistas e Construtoras: BIM que funciona na prática

No painel mediado por Rodrigo Koerich (Presidente BIM Fórum Brasil), Leandro Oliveira (Exponent) e Rafael Evangelista (MAC Construtora) mostraram como a integração entre empresas funciona na prática.

A MAC adota um framework baseado em Pacotes de Entrega Integrados (PEI) e protocolos abertos (IDS e BCF), garantindo previsibilidade e redução de erros.

Do Excel à plataforma: Como digitalizar sem se afogar

Julia Leite Schultz (PlanBIM) apresentou o case do Edifício Lift, em Maceió.

Ao migrar do Excel para uma gestão integrada com BIM 5D, foram alcançados:

  • Economia total de R$ 3,5 milhões.
  • Redução de 2 meses no cronograma.
  • Eliminação de 218 conflitos que gerariam R$ 1,2 milhão em retrabalhos.

Projetos colaborativos com a Metrô em São Paulo

Ivo Mainardi (Metrô) mostrou como a companhia está gerenciando mais de 4.500 modelos BIM em linhas de metrô.

Com uso de IFC, gêmeos digitais, drones e LiDAR, foi criado um processo de validação contínua e multidisciplinar, com milhares de issues monitorados em tempo real.

Da tradição à inovação: Desafio da implantação do canteiro de obras digital 

Matheus Otoni Orlandi (Direcionalo) apresentou em Balneário Camboriú a implantação do canteiro digital.

O uso da plataforma Visus permitiu maior rastreabilidade, transparência para investidores e redução de retrabalho.

A mensagem foi direta: quem não digitalizar o canteiro ficará para trás.

Gestão por resultados em incorporações

Flávio Ludvig (Hurbana) e André Ferraro (Nord) mostraram que gestão de resultados começa na viabilidade.

Com simulações digitais de custo e prazo, é possível evitar desvios que, em 59% dos casos, têm origem ainda antes da execução da obra.

O Canteiro Digital da Hurbana já simula cada etapa construtiva, buscando industrialização e otimização.

Painel de encerramento: Onde o setor está indo — e quem vai junto?

Gilberto de Freitas (ITIE), Rui Luiz Gonçalves (AltoQi) e Felipe Althoff (AltoQi) destacaram que o Futuro da Construção Civil será industrializado, digital e colaborativo.

O novo protagonista será o fabricante de edificações e componentes, capaz de entregar soluções replicáveis, customizáveis e sustentáveis.

Metodologias como BIM, DfMA, DfD e DfR, além de tecnologias como gêmeos digitais e realidade aumentada, serão a base da próxima geração de empreendimentos.

O Futuro da Construção Civil já começou

O QiConnect mostrou que o Futuro da Construção Civil não é mais projeção, mas realidade em curso. 

Empresas que aplicam BIM de forma integrada, investem em liderança de obra, digitalizam o pós-obra e exploram a industrialização já estão colhendo ganhos expressivos em custos, prazos e qualidade.

O setor caminha para ser mais eficiente, sustentável e colaborativo

O desafio é cultural: sair do improviso e adotar processos digitais que conectam todas as fases da construção.

Se você atua na área de engenharia, arquitetura ou incorporação, prepare-se: o futuro já está sendo construído, e ele exige dados, integração e inovação.

 

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