Nos artigos anteriores, tivemos um panorama geral sobre tipos de iluminação residencial, uso da iluminação artificial e natural e os desafios para colocar em prática um projeto de iluminação sustentável. Neste artigo, vamos focar na iluminação artificial e daremos dicas de boas práticas para executar projetos.
O curso de iluminação da Osram, empresa de soluções em iluminação geral, automotiva e especial, sugere que o primeiro passo de um projeto luminotécnico é definir o sistema de iluminação, respondendo basicamente a três perguntas:
- Como a luz deverá ser distribuída pelo ambiente?
- Como a luminária irá distribuir a luz?
- Qual é a ambientação que queremos dar, com a luz, a este espaço?
Para responder à primeira pergunta, devemos definir o modo como as luminárias serão dispostas no ambiente, podendo variar em:
Iluminação geral: distribuição regular das luminárias pelo teto.
- Vantagens: uma maior flexibilidade na disposição interna do ambiente – layout.
- Desvantagens: não atende às necessidades específicas de locais que requerem níveis de iluminância mais elevados, grande consumo de energia e, em algumas situações muito específicas, pode desfavorecer o controle do ofuscamento pela visão direta da fonte.
Iluminação localizada: concentra-se a luminária em locais de principal interesse.
- Vantagens: maior economia de energia e pode ser posicionada de tal forma a evitar ofuscamentos, sombras indesejáveis e reflexões veladoras, além de considerar as necessidades individuais.
- Desvantagens: em caso de mudança de layout, as luminárias devem ser reposicionadas.
Iluminação de tarefa: luminárias perto da tarefa visual e do plano de trabalho iluminando uma área muito pequena.
- Vantagens: maior economia de energia, maior controle dos efeitos luminotécnicos.
- Desvantagens: deve ser complementada por outro tipo de iluminação, e apresenta menor flexibilidade na alteração da disposição dos planos de trabalho.
Luminárias distribuídas pelo ambiente. Fonte: Google imagens
Já para a segunda pergunta, precisamos saber que uma luminária eficiente otimiza o desempenho do sistema de iluminação artificial. Avaliar uma luminária, sua eficiência e suas características de emissão é muito importante para o projeto. A especificação de uma luminária deve ser feita de acordo com:
- Aplicação: interna ou externa;
- Tipo e quantidade de lâmpadas;
- Tipo da luminária: arandela, lustre, plafon, pendente, etc.;
- Estrutura: aberta ou fechada;
- Tipo de montagem: embutida, sobreposta, pendente;
- Características luminotécnicas: distribuição do fluxo luminoso, eficiência;
- Características elétricas e mecânicas: potência máxima e montagem;
- Tamanho e formato.
Dos itens acima, os mais importantes, tratando-se de distribuição de luminárias para obter um projeto luminotécnico eficiente, são: as informações de fluxo luminoso e eficiência da luminária. A eficiência da luminária define a proporção de saída de luz em relação à soma total de luz das lâmpadas quando fora da luminária.
Características da luminária/lâmpadas. Fonte: Empalux
Por fim, deve-se determinar como queremos iluminar o ambiente, dando ênfase ao local como um todo ou para algum elemento arquitetônico. Essas variações de iluminação podem variar conforme:
- Luz de destaque: coloca-se ênfase em determinados aspectos do interior arquitetônico, como um objeto ou uma superfície, chamando a atenção do olhar.
- Luz de efeito: o objeto de interesse é a própria luz: jogos de fachos de luz nas paredes, contrastes de luz e sombra, etc.
- Luz decorativa: aqui não é o efeito de luz que importa, mas o objeto que produz a luz.
- Modulação de intensidade (dimerização): é a possibilidade de aumentar ou diminuir a intensidade das várias luminárias, modificando com isso a percepção ambiental.
- Luz arquitetônica: obtida quando posicionamos a luz dentro de elementos arquitetônicos do espaço como, por exemplo, piscinas.
Exemplos de luz. Fonte: Google imagens
Respondido os questionamentos, é possível iniciar efetivamente o projeto luminotécnico. Segundo Moore, no livro Environment Control Systems: Heating Cooling Lighting (1993), os métodos de cálculo para a iluminação artificial avaliam quantitativamente uma solução proposta ainda em fase de projeto.
Existem dois métodos mais conhecidos para o cálculo de iluminâncias para iluminação artificial: o Método dos Lumens e o Método Pontual. O primeiro consiste em determinar a quantidade de fluxo luminoso necessário para determinado recinto, baseado no tipo de atividade desenvolvida, cores das paredes e teto e do tipo de lâmpada-luminária escolhidos, entre outros fatores. O segundo método consiste em determinar a iluminância (lux) em qualquer ponto da superfície, individualmente, para cada projetor, cujo facho atinja o ponto considerado.
A distribuição dos pontos através do Método dos Lumens será tratada na próxima publicação, já sendo atribuído um software especializado para efetuar simulações e lançamentos.
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