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A atualização das regras traz novos conceitos e exigências com o objetivo de aumentar a segurança de pessoas, estruturas e instalações. Neste post, vamos apresentar o impacto das alterações nos projetos de SPDA, utilizando como referência os textos dos capítulos da nova norma.
Com a atualização da NBR 5419, o projetista deve efetuar cálculos e considerações sobre a estrutura em questão e também sobre as estruturas vizinhas, linhas de energia e telecomunicações ligadas a ela. O nível de proteção deixa de ser um dado de saída para ser um parâmetro de entrada na avaliação dos valores de risco toleráveis. Essa é uma das grandes mudanças da norma, que impacta já o início do projeto.
Na regra antiga calculava-se, por exemplo, o Ng (densidade de descargas atmosféricas para terra) através de um mapa de isocerâunicos antigo e se aplicava a uma Ae (área de exposição equivalente) e aos fatores de ponderação. Agora, o Ng é obtido de forma mais precisa e atualizada através de mapas fornecidos pelo INPE, na área de exposição equivalente, considerando mais parâmetros por meio de uma nova fórmula de cálculo. A nova norma também traz um novo conceito, de Zonas de proteção contra raio.
Continuando a avaliação da NBR 5419, temos quatro tipos de perdas: L1 – Perda de vidas humanas, L2 – Perda de instalação de serviço ao público, L3 – Perda de memória cultural e L4 – perda de valor econômico, na qual se calculam vários componentes de “Risco” (R1, R2, R3 e R4), que deverão ser comparadas aos valores típicos de risco tolerável “RT””, para avaliar se as medidas de proteção adotadas atendem as exigências.
Se R = RT, a proteção contra a descarga atmosférica não é necessária.
Se R>RT, é preciso adotar medidas de proteção para reduzir R = RT em todos os riscos que envolvem a estrutura.
Para a perda de valor econômico (L4), a nova norma indica a comparação custo/benefício dada no Anexo D. Se os dados para esta análise não estão disponíveis, o valor representativo de risco tolerável RT =10-3 pode ser utilizado.
Neste item ocorreram algumas modificações no método de Franklin e da gaiola de Faraday, sendo que o método eletrogeométrico (esfera rolante) continua o mesmo.
Métodos do ângulo de proteção (Franklin)
Ao invés dos ângulos serem fixos para cada situação de nível de proteção, eles passam a ser obtidos através de curvas.
Métodos da gaiola de Faraday
No método da gaiola de Faraday ocorreram mudanças nas dimensões das quadrículas. Elas passam a ser mais rigorosas e com formato mais quadrado, o que resulta no uso de mais material.
Os condutores de descidas tiveram seus espaçamentos reduzidos para o níveis de proteção II,III e IV, também aumentando a quantidade de material utilizado.
Nas tabelas que referenciam as dimensões mínimas de condutores e demais itens envolvidos foram incluídos novos materiais, além do aumento nas dimensões. Sai o arranjo A definido na NBR antiga, na qual não era necessário o condutor em anel, e permanece apenas o arranjo B, onde se utiliza o condutor em anel externo à estrutura a ser protegida.
Essa é uma novidade do projeto de SPDA que está no capítulo quatro, voltado à proteção de equipamentos eletroeletrônicos com a utilização de dispositivos de proteção contra surtos (DPS), arranjos de aterramento e equipotencialização, blindagem eletromagnética e roteamento dos circuitos elétricos, entre outros. Importante ressaltar que na norma antiga não havia um texto correspondente, com essa abrangência e nível de detalhamento.
Apresentamos neste post algumas das inúmeras mudanças que vão impactar a rotina do projetista. A partir de agora, o profissional deve estar preparado para elaborar projetos dentro dos novos parâmetros. Por isso, recomendamos cursos de atualização pessoal e de capacitação de equipes, além do investimento em ferramentas, essenciais para reforçar os conhecimentos e para apresentar boas soluções técnicas e financeiras ao cliente. Confira nossos próximos posts sobre a NBR 5419.
Ficou com alguma dúvida sobre as mudanças da nova NBR 5419 e seu impacto nos projetos de SPDA? Deixe sua pergunta na área de comentários.