A Jornada Next Level, uma série de webinários promovida pela AltoQi em parceria com a Sinaenco e a Bilds, tem reunido especialistas de diferentes áreas da engenharia e arquitetura para discutir os caminhos da transformação digital na construção civil.
Nesta edição, o tema foi “Gestão de custos em projetos com BIM”, um assunto essencial para quem busca unir tecnologia, eficiência e previsibilidade nos empreendimentos.
Se você perdeu a transmissão, pode assistir ao vídeo completo abaixo — e, a seguir, mergulhar em um conteúdo que resume e aprofunda as ideias apresentadas no evento.
Mais do que uma tendência tecnológica, o BIM (Building Information Modeling) é hoje uma estratégia de integração e previsibilidade, permitindo decisões mais inteligentes desde as etapas iniciais de um empreendimento.
A gestão de custos em projetos com BIM vem transformando a forma como profissionais da construção civil planejam, projetam e executam obras.
Se antes orçamentos eram elaborados com base em suposições e planilhas isoladas, o cenário mudou.
Agora, é possível conectar projeto, orçamento e execução de forma colaborativa, visual e integrada, reduzindo desperdícios e aumentando a precisão dos custos.
A gestão de custos em projetos com BIM consiste em usar modelos digitais inteligentes para planejar e controlar o investimento de uma obra.
Isso significa integrar dados de projeto, quantitativos, prazos e orçamentos em um único ambiente virtual.
Em vez de trabalhar com informações desconexas, o BIM cria um modelo 3D rico em dados, no qual cada elemento da edificação — parede, piso, esquadria — possui atributos de custo e tempo.
Assim, a simulação orçamentária se torna dinâmica e visual, permitindo ajustes rápidos e decisões assertivas antes que o primeiro tijolo seja assentado.
Com a complexidade crescente dos empreendimentos imobiliários, integrar as áreas é questão de sobrevivência competitiva.
Segundo um estudo da Falconi, 65% das obras apresentam desvios de custo e 89% de prazo. O mais preocupante: 59% dos desvios ocorrem antes do início da obra, nas fases de planejamento, projeto e orçamento.
Esses números mostram que o problema não está apenas no canteiro, mas na falta de integração entre as etapas anteriores. O BIM vem justamente para mudar isso.
Um dos conceitos mais poderosos da gestão de custos em BIM é o canteiro digital. Um espaço virtual onde o projeto é construído, testado e corrigido antes da execução real.
Como explicou o engenheiro André Ferraro, da Nord Soluções, no último webinário da Jornada Next Level:
“No canteiro digital, o erro custa centavos e segundos. No físico, custa milhares de reais e semanas de atraso.”
Dentro desse ambiente virtual, é possível simular diferentes cenários: mudanças de materiais, soluções estruturais, impactos de prazos e variações de custo.
Assim, a construtora toma decisões baseadas em dados, e não em achismos.
Em um empreendimento em Florianópolis, a Nord Soluções realizou três revisões de orçamento em seis meses, todas conectadas ao modelo BIM.
Com o uso do Visus, da AltoQi, foi possível integrar quantitativos, custos e decisões comerciais em tempo real.
O resultado foi mais clareza, controle e previsibilidade, mesmo com o aumento de custos da mão de obra.
Durante o webinar, André destacou que a AltoQi está democratizando o BIM.
Hoje, mesmo projetos de pequeno porte, como casas ou edifícios de poucos pavimentos, já podem adotar a metodologia.
O desafio não está mais na tecnologia, mas na consciência dos profissionais e clientes.
Muitos incorporadores já recebem projetos em BIM sem perceber, e cabe aos consultores mostrar como essa base pode ser usada para criar uma gestão digital completa.
No setor privado, ainda há resistência. Muitos clientes enxergam o BIM apenas como um software ou formato de entrega (IFC, Revit etc.), sem entender o seu valor como processo colaborativo.
Os especialistas precisam mostrar o benefício financeiro direto: previsibilidade, redução de retrabalhos e segurança nas decisões.
Já o setor público avança mais rapidamente.
A Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021) e decretos recentes exigem o uso do BIM em obras contratadas por órgãos públicos.
Isso tem impulsionado o desenvolvimento de projetos mais completos e integrados, com entregas que incluem orçamento referencial e cronograma físico-financeiro.
Mesmo com todos os avanços, muitos profissionais ainda cometem erros que limitam o verdadeiro potencial do BIM.
Entender esses deslizes é o primeiro passo para evitá-los e garantir resultados consistentes na gestão de custos em projetos com BIM.
Um dos erros mais recorrentes. Quando isso acontece, as equipes acabam fragmentadas, e as informações deixam de circular entre áreas como projeto, orçamento e execução.
Para evitar esse problema, é essencial encarar o BIM como um processo colaborativo, que integra pessoas, etapas e informações em um único fluxo de trabalho.
Outro equívoco comum. Embora o detalhamento seja importante, o excesso pode gerar retrabalho, aumentar custos e atrasar entregas.
A solução é focar no nível de informação realmente necessário para cada etapa do projeto. Nem mais, nem menos.
Sem alguém que garanta a coerência entre os modelos, orçamentos e cronogramas, o risco de desalinhamento é alto.
Ter um coordenador BIM ou de projetos é fundamental para manter o processo integrado e evitar erros de comunicação.
Um deslize que se repete em muitos empreendimentos.
Quando não há retroalimentação entre as etapas, os mesmos problemas acabam se repetindo em novos projetos.
A chave está em usar os dados reais de manutenção e operação para melhorar continuamente os processos e tornar cada obra mais eficiente que a anterior.
A gestão de custos em projetos com BIM depende menos de ferramentas e mais de processos e pessoas alinhadas. Veja os pilares essenciais:
Todos os envolvidos — projetistas, orçamentistas, engenheiros e gestores — precisam trabalhar no mesmo ambiente de informação.
Isso evita o retrabalho e cria uma visão única do empreendimento.
Não basta ter um modelo bonito em 3D.
O essencial é que os dados associados a cada elemento sejam corretos e consistentes — espessuras, materiais, revestimentos, níveis, pavimentos etc.
Durante o desenvolvimento e a execução, as falhas e ajustes precisam ser comunicados ao time de projeto.
Essa retroalimentação é o que garante a melhoria contínua e transforma o BIM em uma ferramenta de aprendizado organizacional.
Como destacou Diego Bieger, da Firma Company:
“Não foque apenas no software ou no BIM em si. Foque em entender a obra, o cliente e o processo. O BIM é o meio, não o fim.”
A tecnologia é o suporte do processo.
Ferramentas como o Visus, da AltoQi, ajudam a extrair quantitativos, visualizar modelos, reclassificar elementos e integrar dados de custos.
Essas soluções tornam o processo mais ágil e reduzem erros na conversão de informações entre projeto e orçamento.
Mas o verdadeiro diferencial está em como você usa a ferramenta para resolver problemas reais — desde prever interferências de projeto até antecipar variações de custo em materiais e mão de obra.
Se você quer implementar a gestão de custos em BIM, siga estas etapas:
Esses passos constroem uma base sólida para evoluir em direção à Gestão Digital da Construção (GDC) — conceito que une tecnologia, colaboração e tomada de decisão inteligente.
“Busque coordenação de projetos desde o início. É o caminho mais rápido e efetivo para integrar processos e entregar resultados reais.”
- André Ferraro, Nord Soluções
“Entenda a obra e o cliente. BIM não é fim em si mesmo, é ferramenta para resolver problemas.”
Diego Bieger, Firma Company
Essas duas visões resumem o espírito da gestão de custos com BIM: conhecimento técnico aliado à experiência prática.
Adotar a gestão de custos em projetos com BIM é mais do que atualizar ferramentas. É mudar a mentalidade da construção civil.
Ao integrar projeto, orçamento e execução em um fluxo contínuo, você reduz incertezas, elimina desperdícios e aumenta a rentabilidade das obras.
A transformação digital da construção já começou, e o BIM é o eixo que conecta tecnologia, eficiência e colaboração.
Quem domina essa integração não apenas economiza, mas constrói com inteligência.