A concepção estrutural é uma etapa muito importante, na qual dificilmente haverá um software que substitua a capacidade de criação e de decisão do engenheiro. Uma estrutura bem lançada e bem pensada, que utiliza a experiência do engenheiro, tem todas as possibilidades de ser eficiente, segura, com dimensionamento e detalhamento corretos, atendendo aos requisitos normativos.
As outras fases do projeto de concreto armado já são completamente automatizadas nos softwares de cálculo estrutural, o que com certeza é um grande avanço das últimas décadas. Atualmente, já é possível modelar com confiança e agilidade qualquer tipo de estrutura, desde as mais simples até as mais arrojadas e diferenciadas.
Na etapa de análise estrutural, a tecnologia poupa um tempo muito precioso e escasso do engenheiro. Hoje já é possível ter na tela do computador, em questão de minutos, todos os resultados referentes à resposta da estrutura frente ao carregamento. Dá também para analisar os deslocamentos e deformações na estrutura, diagramas de qualquer esforço solicitante, reações de apoio – tudo isso para qualquer combinação de ações desejada. Como nesta fase não se admite erros, sob pena de comprometer tanto as etapas seguintes quanto a própria segurança e desempenho da estrutura, os softwares trazem inúmeros recursos gráficos e relatórios para que o engenheiro consiga fazer uma análise criteriosa e correta.
As fases de dimensionamento e detalhamento dos elementos de um projeto de concreto armado possuem também grau elevado de automatização. Todos os cálculos trabalhosos e repetitivos de dimensionamento são executados de forma mais ágil e sem muitas das simplificações adotadas para viabilizar o cálculo manual sendo, então, mais realísticos quando utilizado um software. Dentre todos os avanços tecnológicos que aconteceram e permanecem acontecendo na área de projetos de concreto é necessário destacar a qualidade dos desenhos de detalhamento que são emitidos por estes softwares. Cada vez mais o engenheiro tem a sua disposição desenhos de detalhamento bem elaborados com uma velocidade muito grande.
Portanto, não existe dúvida de que a nossa geração e as futuras estão sendo muito beneficiadas pelos avanços tecnológicos na área de concreto armado. Porém, o que deve ser lembrado a cada minuto em que o engenheiro estiver operando um software de cálculo estrutural é que ele jamais será substituído pelo programa, simplesmente porque este não consegue diferenciar uma estrutura boa de uma ruim.
As ferramentas não têm mecanismos para a tomada de decisão ou para alertar o responsável de possíveis problemas graves. Basta que não haja inconsistência nos dados de entrada e que a estrutura não seja hipostática para o programa realizar os procedimentos implementados.
Assim, diante de tantos avanços e facilidades, qual o verdadeiro papel do engenheiro no processo de projetar com concreto armado? Ou, indo mais além, o que nós, engenheiros, devemos fazer para utilizar todas estas ferramentas ao máximo e desfrutar destes benefícios com responsabilidade? Como podemos nos preparar para os avanços futuros e projetos desafiadores que ainda estão por vir? Logicamente esta preparação precisa ser iniciada durante o curso de graduação, conforme explica o post sobre programas para aprender durante o curso de engenharia civil.
No contexto explicitado neste artigo, o engenheiro civil que projeta estruturas de concreto armado precisa sempre ter em mente que deve se capacitar e atualizar-se constantemente, reciclar seus conhecimentos e – por que não? – aprender com seus próprios erros e com erros dos outros colegas. As dicas são basicamente a procura por cursos de pós-graduação, cursos avulsos sobre assuntos específicos e sobre os softwares disponíveis, além de estudos individuais ou em grupos profissionais com o intuito de sempre evoluir e nunca ficar dependente e alheio aos resultados emitidos por um software.
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