Se você trabalha com projetos de instalações e ainda está preso ao CAD ou iniciando a transição para o BIM, este artigo é para você.
Vamos ver por que usar o BIM para instalações prediais é importante. Também vamos aprender como fazer isso de forma eficiente e prática, com resultados reais.
Fique até o final e saia sabendo tudo sobre metodologia BIM para instalações prediais na prática.
O sistema tradicional de CAD foca no desenho em 2D ou 3D. No entanto, ele não integra informações paramétricas. Também não oferece dados de desempenho ou colaboração eficaz entre as disciplinas.
Em projetos de instalações, a falta de integração (estrutura-instalações, execução, manutenção) pode levar a retrabalhos, interferências e custos adicionais à obra.
Estudos mostram que o CAD oferece precisão geométrica. No entanto, o BIM promove colaboração, menos erros e mais eficiência.
No fluxo do BIM (Building Information Modeling) para instalações prediais, cada componente é modelado de forma detalhada.
Isso inclui dutos, tubulações, cabos e equipamentos. Cada um deles tem dados associados, como material, custo e manutenção. Isso aumenta a capacidade de análise e compatibilização.
Colaboração ampliada: a metodologia BIM permite que a arquitetura, a estrutura e as instalações trabalhem juntas. Isso acontece em um mesmo ambiente de dados.
Assim, evita-se a falta de informação e facilita a checagem de interferências antes da construção.
Ganhos de eficiência comprovados: estudos mostram que usar BIM pode reduzir os custos em projetos de instalações elétricas em até 20%. Além disso, pode diminuir muito o tempo de busca por informações em modelos digitais integrados.
Primeiro, defina quais disciplinas de instalações serão modeladas: elétrica (cabos, quadros, iluminação), hidro-sanitária (água fria, esgoto), HVAC (dutos, unidades, ventilação).
Estabeleça o nível de detalhamento certo (LOD): para instalações prediais, o LOD médio (como LOD 300) é suficiente. Ele atende ao projeto executivo, à compatibilização e à execução, sem exagerar na modelagem.
Mapeie o fluxo de trabalho: comece com a entrada do modelo arquitetônico. Depois, passe para a estrutura.
Em seguida, faça a importação para as instalações. Depois, faça a compatibilização entre disciplinas. Realize os ajustes necessários. Por fim, exporte para a obra ou operação.
Use objetos paramétricos inteligentes, como dutos, tubulações e leitos de cabos. Eles já têm parâmetros como material, diâmetro e tipo de isolamento. Isso facilita a contagem e a verificação de desempenho.
Implemente checagens de interferência: sistemas de instalações muitas vezes se cruzam com a estrutura ou a arquitetura. Antecipar esses conflitos no modelo digital evita retrabalho na obra.
Integre análises de desempenho quando aplicável: por exemplo, para dutos HVAC, simular prévia distribuição de ar e cargas térmicas; para rede elétrica, estimar carga e caminhos de cabos. Isso eleva o modelo de “desenho” para “projeto inteligente”.
Mantenha uma base de dados de famílias/objetos padronizados: isso reduz esforços de modelagem duplicados, melhora a consistência entre projetos e acelera entregas.
Certifique-se de que seus softwares suportam exportação/importação entre as disciplinas (por exemplo, do modelo estrutural para o modelo de instalações) e formatos interoperáveis (IFC, COBie, etc.).
Adote ambiente comum de dados (Common Data Environment - CDE) para que todos os participantes trabalhem com versões atualizadas e evitem retrabalho por falha de sincronização.
Aproveite automações e plugins específicos para instalações — por exemplo, geração automática de trocas de ar, rotas de tubulações ou leitos de cabos, conforme modelo e padrões definidos.
Através da modelagem integrada via BIM para instalações prediais, você reduz a margem de erro e revisões em obra. Isso significa menos paradas, menos adaptação improvisada e melhor aderência do modelo à execução real.
Pesquisa comparativa mostra que o uso de BIM em projetos de instalações pode reduzir custos em cerca de 20% em relação a fluxos CAD convencionais.
Modelos bem estruturados permitem geração automática de quantitativos, relatórios e orçamentos mais rapidamente, liberando tempo da equipe para tarefas de valor agregado.
Com a adoção eficiente de processos BIM, escritórios de projeto se diferenciam no mercado: entregas mais integradas, menos falhas em obra, ciclo de projeto mais curto.
Embora o foco seja instalações projetadas, o modelo BIM pode alimentar fases posteriores (obra, operação e manutenção). Isso facilita rastreabilidade de instalações, trocas de componentes, manutenção preventiva, e até otimização energética.
Em um ambiente cada vez mais regulado e exigente em eficiência energética e interoperabilidade, adotar BIM desde as instalações prediais é um passo estratégico.
Mesmo com tecnologias maduras, muitas equipes ainda encaram o BIM apenas como “o CAD em 3D”. A diferença está em como você usa os dados, integra disciplinas e muda fluxos de trabalho.
É fundamental investir em treinamento da equipe (modelagem, coordenação, compatibilização), bem como definir padrões internos e governança do modelo.
Sem definição clara de quem faz o quê, como os modelos serão entregues, qual nível de detalhe é necessário, surgem divergências e retrabalhos.
Estabeleça protocolos internos: famílias de objetos, nomenclatura, níveis de modelagem e responsabilidades. Isso reduz incertezas e acelera a transição.
A fragmentação de softwares ou formatos pode comprometer o modelo BIM. Garantir que os arquivos possam ser trocados, versão controlada e acessível por todas as disciplinas é crítico.
Atente para como estrutural, arquitetura e instalações vão “conversar” no modelo. Ferramentas de compatibilização devem ser parte do fluxo.
A mudança exige investimento (ferramenta, treinamento, processo), mas os retornos (menor retrabalho, melhor produtividade, menor custo de obra) normalmente justificam. Estudos positivos reforçam essa tese.
Para instalações prediais, o argumento de valor pode girar em torno de menos erros em obra, melhor compatibilização, entregas mais rápidas e maior reputação do escritório.
Adotar o BIM para instalações prediais não é apenas uma tendência — é uma evolução estratégica para escritórios de projeto que buscam produtividade, qualidade, compatibilização e competitividade.
Migrar do CAD para o BIM exige planejamento, treinamento e adaptação de processos, mas os benefícios em termos de menor retrabalho, melhor entrega e operação futura são reais.
Ao estruturar bem a transição, modelar com inteligência e integrar disciplinas, você posiciona seu time para entregar muito mais do que desenhos — você entrega projetos de instalações mais eficientes, robustos e alinhados à obra e operação.
Se você ainda tem dúvidas ou quer dar os primeiros passos na migração, este é o momento certo para agir.
Esse modelo contém dados, integra disciplinas e facilita compatibilização e execução.
No BIM, cada componente é um objeto inteligente com propriedades, integrado ao modelo global, e você consegue detectar interferências, fazer quantitativos automáticos, simular fases e exportar dados para obra ou operação.
O importante é não exagerar no detalhe desnecessariamente — modelagem demais pode atrapalhar a produtividade. Defina padronização interna conforme tipo de projeto.