O que é o projeto em BIM? Como funciona e qual é a implicação do uso do BIM na rotina dos projetos de obras? A melhor definição para Building Information Modeling - em português, Modelagem de Informação da Construção - é que se trata, na prática, de um processo de construção virtual que visa integrar as disciplinas de projeto, evitar retrabalho, aumentar a produtividade e realizar entregas de maior valor para os negócios da construção civil.
A estimativa da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) é que o uso da metodologia BIM pode reduzir em até 9,7% os custos de uma obra. A compatibilização e o dimensionamento do projeto em acordo com as normas também auxiliam na garantia da segurança. Outra grande vantagem é a facilidade na execução e organização da documentação da obra.
Muitos problemas se resolvem com a utilização da metodologia BIM em projetos. Da integração até a como entregar a documentação do projeto em BIM, este artigo tirará todas as dúvidas sobre como fazer um projeto multidisciplinar em BIM.
O que você precisa saber para começar a fazer um projeto multidisciplinar em BIM
O BIM é uma metodologia de trabalho que consiste em trazer as informações de cada elemento para todo o ciclo da obra, desde a fase de projetos, através de sua representação em um modelo digital.
É um modelo de trabalho que resulta em uma série de ganhos em função das diversas possibilidades dos projetos em BIM.
Vantagens do projeto em BIM
Trabalhar com o BIM facilita desde a prospecção de novos clientes até o faturamento do negócio, que pode aumentar em até 30% devido ao uso da metodologia.
Os custos de execução da obra também se alteram, já que o BIM promove maior maturidade e melhor entendimento do projeto, e contribui para a diminuição de ajustes com o empreendimento em andamento.
Para o canteiro de obras, trabalhar com o BIM traz grandes benefícios por causa da maior autonomia que a compatibilização dos projetos proporciona às equipes. As corriqueiras visitas à construção para esclarecer dúvidas se tornam menos necessárias porque o plano chega para a etapa de construção com todas as informações relevantes detalhadas.
É preciso destacar, também, que a segurança do empreendimento é maior justamente por haver a compatibilização das disciplinas e a facilidade em identificar problemas ainda durante o desenvolvimento dos projetos em BIM.
Fluxo de trabalho BIM
O BIM, portanto, é essencial para a compatibilização das disciplinas, para garantir a conformidade dos ambientes, a segurança do empreendimento e facilitar a execução da obra.
Um bom exemplo do que a aplicação da metodologia BIM faz pelos projetos são as interferências entre projetos de instalações e projetos estruturais. Como saber, apenas olhando para plantas baixas, cortes e elevações, se um conduto está passando sobre ou sob uma viga? Ou ainda se está colidindo com essa viga? Muitas vezes só se notavam essas interferências no momento da execução dos projetos.
A compatibilização de disciplinas a partir do recurso BIM eliminou esse problema. Com a modelagem 3D é possível verificar se está tudo de acordo com o que foi projetado pela arquitetura, elétrica, hidráulica e as outras disciplinas que fazem parte da execução de uma obra.
A metodologia BIM favorece o trabalho colaborativo e à distância. Torna possível desenvolver projetos mesmo que cada responsável esteja trabalhando em cidades diferentes.
Para isso ser possível, é preciso definir responsabilidades, organizar tarefas e estipular prazos. Essa tarefa é delegada ao coordenador de projetos, ou BIM Manager.
O próximo passo é fazer uma reunião geral de alinhamento com os responsáveis por cada disciplina para definir alguns pontos que norteiam a elaboração dos projetos, como:
- posição da subestação, central de gás e tratamento de esgoto;
- salas técnicas (medidores);
- posição inicial das prumadas (MEP);
- sistemas que serão aparentes e/ou embutidos;
- caminhamento das tubulações (corredores);
- tipologia do sistema estrutural (concreto armado, protendido, pré-fabricado, alvenaria estrutural, etc)
Depois, a decisão é sobre o fluxo de compatibilização. Uma ordem muito utilizada é começar com arquitetura e projeto estrutural. Na sequência, integrar os projetos de instalações.
Geralmente, surge uma inconsistência ou outra nos projetos. Nesses casos, as solicitações de alterações seguem uma hierarquia semelhante. Primeiro, a análise é feita pelos projetos de instalações. Depois, recorre-se ao projeto estrutural. A arquitetura é acionada como última opção.
A etapa final do fluxo de trabalho é a aprovação com o cliente, para quem será apresentada praticamente uma realidade virtual do empreendimento, gerada pela modelagem 3D.
O que é necessário para trabalhar com projetos em BIM
Sempre que a decisão for fazer o projeto em BIM, o ideal é organizar um checklist do que é necessário para executar o trabalho.
É a fase de levantamento dos investimentos em tecnologia, software e capacitação para poder atuar com a metodologia BIM em projetos. Não se trata necessariamente de recursos financeiros, mas também de tempo para se dedicar ao aprofundamento de como fazer projetos em BIM.
Tecnologia compatível
Com o BIM, trabalha-se muito com modelos 3D. Por essa razão, o computador usado pelo projetista precisa ter uma capacidade de processamento gráfico compatível para suportar as horas investidas nos projetos, sem travar e ocasionar perdas ou retrabalho.
É por isso que a configuração mínima recomendada para os equipamentos é:
- processador i5 com 2,5 GHz ou superior;
- memória de 8 gigabytes (Gb);
- disco com 3Gb para instalação e 20Gb para operação;
- placa de vídeo de 2Gb OpenGL 3.0;
- resolução de tela de 1360x768;
- sistema operacional Windows 10 e 11.
Softwares
O BIM é uma metodologia que resulta em um projeto que é a versão virtual do empreendimento a ser construído. Mas até chegar a esse resultado, é preciso trabalhar com softwares que tenham por padrão o formato de arquivo .IFC, ou seja, que permitam o diálogo entre soluções na linguagem universal do BIM.
Alguns softwares do mercado, nascidos nativamente para isso e prontos para essa integração são:
Archicad
É um software BIM para elaboração de projetos e modelos arquitetônicos que trabalha com o conceito de edifício virtual.
É muito usado por arquitetos e outros profissionais, como designers, em projetos de edificações, urbanismo, iluminação, paisagismo, interiores e outros.
AltoQi Eberick
É um software OpenBIM para projeto estrutural e integração de disciplinas, desenvolvido para otimizar recursos nas estruturas das edificações em concreto armado moldado in-loco, pré-moldado, alvenaria estrutural, concreto protendido e em estruturas de aço. O Eberick é uma solução que também agiliza a comunicação e o controle das informações.
AltoQi Builder
É uma única solução para todos os projetos de instalações, pois reúne no mesmo software a elaboração de projetos de instalações prediais de climatização, hidrossanitárias, elétricas, fotovoltaicas, incêndio, gás, cabeamento estruturado e SPDA.
Com o AltoQi Builder é possível desenvolver projetos com dimensionamento de acordo com o arcabouço normativo brasileiro e com detalhamento dos elementos. O programa também é capaz de de gerar memoriais descritivos e listas de materiais de acordo com os critérios adotados no projeto.
AltoQi Visus Collab
É uma plataforma colaborativa que permite a visualização dos modelos federados de forma simultânea, o que é essencial para compatibilizar e identificar possíveis conflitos nas plantas do empreendimento.
O Collab possibilita fazer a gestão da documentação do empreendimento, a gestão da comunicação com apontamentos (notas BCF) e rastreabilidade das ações da equipe de trabalho.
Capacitação contínua
A grande mudança exigida pelo BIM é a capacitação contínua para dominar formato de arquivos, softwares e habilidades de comunicação. Afinal, o BIM proporciona um trabalho colaborativo entre equipes, portanto, requer boa comunicação, competências de negociação e até mesmo resiliência em algumas situações.
Sendo assim, além do conhecimento sobre a metodologia em projetos especificamente e tech skills, o BIM também exige o fortalecimento das chamadas soft skills.
De acordo com o relatório Future of Jobs, do The World Economic Forum (WEF), espera-se que 44% das competências essenciais dos trabalhadores mudem nos próximos cinco anos.
O relatório aponta que as empresas têm se preparado para essa mudança investindo em aprendizagem e treinamento no trabalho, e acelerando a automação de processos.
Para se preparar e não ficar para trás, é importante aprender como ser um especialista em Bim:
Contrato diferenciado
A entrega de projetos em BIM muda a dinâmica dos contratos de trabalho também. Nessa metodologia, não é entregue apenas um série de pranchas, como anteriormente. No novo paradigma proposto pelo BIM, a entrega é centralizada em Modelos ricos em informação.
Significa que, diferentemente do que acontecia antes, quando o pagamento pelo serviço era associado à entrega de pranchas, com o BIM essa relação muda. Por isso, o mais recomendado é estabelecer a remuneração vinculada à entrega de modelos.
A definição dos prazos para as entregas é mais um ponto de atenção no contrato. Principalmente porque o trabalho é colaborativo e envolve profissionais de diferentes áreas da construção civil. Ou seja, a elaboração de projetos em BIM institui uma cooperação e uma dependência do trabalho do outro. Isso precisa estar claro no acordo para evitar contratempos desnecessários.
A mesma recomendação é válida para especificar que tipos de entregas serão feitas em cada etapa do projeto em BIM. A metodologia oferece muitas possibilidades e delimitar o que, desse universo, compõe a entrega é uma boa prática para evitar discordâncias, retrabalho e insatisfações de ambas as partes.
Integração estrutura-arquitetura
Na hora de fazer o projeto em BIM, realmente, a maior ciência que se deve ter é de que tudo relacionado à integração pode ser aplicado às disciplinas. Portanto, entender como é essa integração é o segredo. Um exemplo pode ajudar nessa compreensão.
Partindo de um projeto de arquitetura como o do vídeo acima, desenvolvido no Archicad, é possível perceber que os elementos são modelados como reais. Um ponto de atenção é a classificação desses elementos porque é nessa informação que softwares como os da AltoQi se basearão para dar continuidade ao trabalho.
Então, conclui-se que a modelagem é uma etapa dos projetos em BIM na qual se define os elementos que serão e não serão modelados. Por exemplo, na fase de projeto conceitual, não é preciso fazer a modelagem de rodapés e sancas do gesso.
Por outro lado, algo importante a trabalhar nessa etapa são as camadas das paredes, ou seja, a definição de como serão posicionados os pilares. É importante que essas camadas estejam definidas já no lançamento, como mostra o vídeo:
Depois de concluído o projeto básico da arquitetura, é preciso enviá-lo para o desenvolvimento do projeto de estruturas. É nessa hora que a compatibilização começa a tomar forma, pois o arquivo precisa ser exportado no formato .IFC.
Nesse momento, um ponto importante de atenção é em relação aos itens de mobília. Eles não precisam constar na exportação. Para retirá-los, a alternativa, caso o software permita, é criar um filtro na hora de exportar e, assim, selecionar somente os elementos que são realmente importantes para o projeto estrutura. Realizar esse tipo de seleção deixa o arquivo do projeto em BIM leve para o fluxo de trabalho colaborativo.
Vale lembrar que outros profissionais terão de acessar o projeto em BIM. Por isso, o ideal é salvar o arquivo em uma pasta compartilhada em rede ou na nuvem, um lugar que torne possível a todos ter acesso ao projeto.
O Drive do Google e OneDrive, da Micosoft, e o DropBox são as ferramentas comumente utilizadas por serem gratuitas. Contudo, elas têm algumas limitações quanto a permissões de acesso e rastreabilidade dos arquivos. Por isso, algumas equipes de projetos têm optado pelo AltoQi Visus Collab, um software específico para gerenciamento de projetos em BIM que dialoga com outras soluções, como o Eberick. Veja na prática:
Depois da importação do projeto de arquitetura para dentro do software de projetos estruturais, é possível trabalhar no projeto estrutural da edificação de forma totalmente integrada ao modelo de arquitetura importado.
Quando o lançamento estrutural é finalizado, o projeto pode ser diretamente compartilhado de novo com os profissionais de arquitetura, já com toda a análise de colisão do projeto feita para que sejam verificados os problemas encontrados.
A comunicação sobre os pontos a serem revistos é feita dentro do próprio software com o uso das notas BCF, associadas à posição do elemento. Isso elimina a necessidade de contato por multicanais, como aplicativo de mensagens e e-mails, e concentra as informações em um só lugar.
Finalizado esse processo, basta exportar o arquivo no mesmo formato, .IFC, com as notas BCF, para compartilhar o projeto executado com a metodologia BIM. Assim, quando for novamente aberto no software de arquitetura, o projeto arquitetônico estará vinculado com o modelo estrutural e com as notas BCF.
Enquanto uma equipe cuida da parte de arquitetura, em um software, a outra equipe prossegue com o projeto estrutural na outra solução. Cada software atualiza as informações simultaneamente, conforme as alterações são salvas, devido à sincronização dos arquivos.
Integração MEP e a compatibilização dos projetos
Existem algumas diretrizes para orientar a integração MEP e a compatibilização dos projetos em BIM. Prestar atenção nelas é relevante para a entrega final ao cliente.
Nessa fase de projeto, somam-se à arquitetura e ao estrutural os projetistas das demais disciplinas, como elétrica e hidráulica. Por isso, é preciso organizar o fluxo de projeto. As diretrizes ajudarão nessa ordenação.
É muito comum cada profissional fazer o projeto focado na sua disciplina de instalação. O problema em cada um atuar individualmente aparece quando os projetos são compatibilizados para a verificação das colisões. É quando se percebe que muitas das ações planejadas não são passíveis de execução e é preciso refazer tudo novamente.
Por esse motivo faz toda a diferença coordenar as equipes para que os projetos sejam feitos individualmente, mas de forma conjunto, permite o aproveitamento máximo da estrutura. Em alguns casos, por exemplo, é possível usar a mesma abertura na viga para passar por essa região o máximo de instalações possíveis.
Para evitar esses casos, a recomendação para fazer essa integração entre disciplinas é criar um processo que torne visível, por exemplo, onde não é possível fazer furação na viga, onde até é possível ser feita a furação, mas com certa atenção, e onde a furação não implica em qualquer problema no projeto.
Com isso, quando for o momento de modelar as instalações, tudo está direcionado para não haver retrabalho. Principalmente porque se elimina o retorno de várias anotações de colisão pelas notas BCF e o vai e volta de projetos para cada disciplina.
Um direcionamento semelhante pode ser acordado entre as equipes de instalações a respeito dos caminhos de elétrica e hidráulica, que geralmente estão centradas nos corredores das edificações.
Definir se hidráulica ficará à esquerda e elétrica à direita, por exemplo, diminui a possibilidade de haver colisões e evita a necessidade de fazer muitos ajustes no projeto. O resultado é uma modelagem mais assertiva.
A hierarquia de análise dos projetos também é algo que impacta na compatibilização de projetos em BIM. Uma forma de organizar o fluxo de trabalho é entendendo qual disciplina tem prioridade sobre as demais.
Geralmente, quando é identificada alguma inconsistência, recorre-se ao projeto estrutural para solucionar o que é preciso, já que o projeto arquitetônico tem como foco a definição do conceito do uso do espaço e preferência sobre a estrutura.
No caso das instalações, havendo uma colisão entre estrutura e hidrossanitário, a recomendação é resolver a inconsistência a partir do projeto hidrossanitário.
Caso não seja possível, a equipe de projeto estrutural é acionada, deixando a elétrica por último porque a tubulação e as tomadas, por exemplo, possuem posições mais flexíveis. Ou sejam, em geral, se uma tomada está colidindo com um pilar, não será alterado o lugar do pilar, e sim da tomada.
Isso tudo pode ser gerenciado em um software como o AltoQi Builder, que importa o modelo .IFC do projeto já salvo pela arquitetura e pelo estrutural, e apresenta o modelo 3D para fazer a modelagem das instalações. Além disso, salva automaticamente e notifica nos demais projetos quando são feitas alterações.
Pode acontecer de ser observada a necessidade de fazer uma furação em uma laje ou outra mudança na estrutura durante a modelagem das instalações. Isso precisa ser solicitado ao projetista estrutural e a forma de comunicar essa modificação é a partir de uma nota BCF.
Outra maneira é verificar as colisões diretamente no projeto de estrutura, vinculado ao software para projetos de instalações, e emitir um relatório.
O formato .IFC é o padrão de salvamento de projetos para soluções OpenBim e a mais presente na maior parte das plataformas para a construção civil. Os softwares da AltoQi oferecem uma outra opção para salvar os arquivos que é o formato Qi3D, que carrega algumas informações a mais na árvore de disciplina do projeto.
É um formato interessante para usar quando a comunicação deve ser feita exclusivamente entre AltoQi Eberick e AltoQi Builder . De outra maneira, é recomendado seguir com o padrão .IFC.
A compatibilização do projeto de instalações prossegue no software de projeto estrutural para correção das colisões. Algumas soluções, como o AltoQi Ebeirck, apresentam funcionalidades que reconhecem automaticamente o que precisa ser feito e já aplicam as soluções que estão de acordo com as normas nacionais e com os critérios configurados para o projeto, concluindo as observações comunicadas pelas notas BCF.
Além disso, realisa-se a análise de esforços e o dimensionamento dos elementos estruturais de acordo com as normas brasileiras. São recursos que agilizam o trabalho dos projetistas e reduzem o tempo de entrega dos projetos em BIM.
No final dos processos, os projetos estrutural, de instalações e arquitetura estão todos compatibilizados e atualizados de forma muito prática, favorecendo o trabalho em equipe, independnte da solução BIM utilizada, e a visualização 3D de todo o empreendimento.
Como entregar a documentação do projeto em BIM
Após todo o processo de compatibilização dos projetos, é o momento de providenciar os entregáveis desenvolvidos com a metodologia BIM.
Além de todos os entregáveis tradicionais, o fluxo de trabalho BIM acrescenta a entrega do modelo .IFC.
Uma das vantagens em aplicar o conceito BIM é poder extrair os quantitativos automaticamente de qualquer parte do projeto. Mais um benefício é a possibilidade de extrair do modelo, também, as plantas 2D.
A isso, acrescenta-se o fato de os projetos compatibilizados e automatizados possuírem um alto grau de confiabilidade nos valores dos quantitativos. Significa que quando o cliente for abrir os arquivos .IFC em qualquer software OpenBIM, terá uma visualização completa de tudo o que envolve a fase de projeto do empreendimento e poderá navegar facilmente pelo modelo.
Assim, é possível selecionar qualquer peça dentro do projeto para conferir todas as informações técnicas relevantes do modelo, o que contribui muito para a execução da obra.
O Augin é o software de exemplo para o projeto arquitetônico, que também é um dos entregáveis dos projetos em BIM. O programa tem conexão direta e nativa com os softwares AltoQi e apresenta todo o modelo 3D de forma que o cliente pode navegar no projeto como se fizesse uma visita no ambiente de realidade virtual.
Portanto, na entrega é possível mostrar o que é o projeto em BIM de forma prática, que pode ser definido também como a construção virtual da obra já que possibilita a visualização clara de toda a edificação antes mesmo de ela ser construída.
Uma solução semelhante ao BIMx é o Alto Qi Visus Collab, que une em um só local todas as disciplinas de projetos. O Collab é considerado por especialistas uma plataforma mais profissional de entrega de projeto por ser um software nativamente desenvolvido para gerenciamento de projetos em BIM.
Todos os arquivos e modelos são salvos em ambiente online. Dessa forma, o cliente não precisa se preocupar em fazer o download de qualquer solução, muito menos em entender os comandos dos softwares de projetos de construção civil para visualizar a edificação. Basta um clique no modelo 3D para fazer a navegação, pois a interface é totalmente intuitiva.
Mas há quem prefira fazer a entrega dos arquivos .IFC dos projetos de forma isolada. Nesse caso, é preciso estar ciente de que pode ser necessário orientar o cliente quanto a programas de computador que permitem a abertura dos projetos. Diferente da plataforma virtual, que requer apenas acesso à internet para abrir um link compartilhado dos modelos 3D do empreendimento.
Nesse formato, os clientes passam a ter uma compreensão sensorial dos projetos, entendendo como as diferentes disciplinas funcionam e tendo uma interação maior com as equipes especialistas. O trabalho desenvolvido se torna praticamente palpável e agrega mais valor profissional, somente com a apresentação da modelagem 3D.
Em resumo, fazer projetos em BIM não é algo complicado. Apenas exige que exista um processo bem definido. Inclusive, isso facilita muito o desenvolvimento e a implementação da metodologia BIM.
O fato de não projetar uma disciplina isoladamente, e sim já considerando todas as disciplinas de forma integrada, percebe-se o quanto é mais simples executar o trabalho, principalmente quando se aliam tecnologias que contribuem bastante para o sucesso das entregas. Muda-se unicamente a forma e o raciocínio de fazer o projeto.
É possível conhecer várias boas práticas de modelagem e interoperabilidade BIM no canal da AltoQi no YouTube e se informar sobre como a tecnologia tem revolucionado o setor de arquitetura e construção nos últimos anos. Não perca essa dica e bons estudos!
Perguntas e respostas sobre como fazer projetos em BIM
É possível exportar arquivos do Revit para os softwares da AltoQi?
Sim. Só é preciso importar para os softwares da AltoQi os arquivos em formato .IFC para projetar em BIM.
Projetos em BIM podem ser realizados em plataformas de desenvolvimentos distintas?
Os softwares OpenBIM permitem que o trabalho seja feito em diferentes ferramentas, sem qualquer problema. A AltoQi entende que cada projetista deve ter a liberdade de fazer o seu trabalho na solução que mais se adequa ao seu dia a dia e às suas necessidades. Só é preciso que a ferramenta escolhida tenha a opção de salvar arquivos no padrão .IFC para que todas as disciplinas possam se integrar ao fluxo do projeto.
O mercado da construção civil brasileira está preparado para o BIM?
O mercado está, sim, preparado. Já quer projetos compatibilizados, ter acesso a quantitativos que estão corretos e a documentação organizada, poder acessar os modelos diretamente na obra para esclarecer dúvidas no exato momento em que elas surgem. Apenas é preciso levar essa tecnologia para a obra e não propor a compatibilização somente quando é feita uma provocação.
Para somar, o poder público tem reconhecido os benefícios do BIM por meio de regulamentações como os Decreto nº10306, que estabelece a utilização do BIM na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia e o Decreto nº11888, que dispõe sobre a estratégia nacional de disseminação do BIM.
Qual é a relação do Autocad com o BIM?
Os elementos no Autocad são apenas desenhos, por isso a própria Autodesk assumiu o Revit para projetar em BIM.
O BIM carrega todas as informações do projeto de um software para o outro - um exemplo são os quantitativos -, enquanto o Autocad não oferece essa possibilidade por não ser uma plataforma BIM.
O recomendado, portanto, para fazer projetos em BIM é escolher outra solução que realmente possua a metodologia BIM como algo nativo e colabore para a produtividade.
Por que os softwares não são adaptados à realidade brasileira?
Existem, sim, ferramentas voltadas para o mercado nacional.
Para as instalações prediais existe o AltoQi Builder, com todas as normas do mercado nacional, o padrão de desenho e detalhamento brasileiros, e dimensionamento e listas de materiais conforme é observado no Brasil.
Para projetos estruturais, existe o AltoQi Eberick, que utiliza os critérios definidos no arcabouço normativo vigente para estruturas.
Quando a arquitetura é feita no Autocad e as instalações no Builder, é possível ter os projetos de instalações em BIM?
Sim, as instalações estarão em BIM. Nesses casos o que acontece é que não haverá o modelo 3D de arquitetura para compatibilizar, mas poderá fazer os projetos de estrutura e instalações em BIM.
Quer saber mais sobre projetos em BIM? Então inscreva-se no canal da AltoQi no YouTube e acompanhe nossos conteúdos.