Os diferenciais competitivos já apresentados no primeiro post sobre BIM reforçam seu uso em diversos segmentos, incluindo, as obras públicas. Só para se ter uma ideia da força desse método, o Reino Unido decretou que as construtoras devem estar prontas até este ano para adotar o BIM em todos os projetos. Aqui no Brasil, Santa Catarina é o primeiro estado a solicitar a tecnologia de modelagem em todas as licitações de obras públicas até 2018.
Diante do cenário promissor para a aplicação do BIM na construção civil, toda a cadeia produtiva deve se preparar. Apesar dos entraves do BIM na engenharia civil, como a capacitação da mão de obra, reformulação de processos e investimentos em estrutura, saber aplicar o BIM nos projetos é o grande diferencial dos profissionais.
Em um contexto de redução de desperdícios e de orçamentos enxutos, nada mais cabível do que estudar a aplicação do BIM na construção civil. Segundo pesquisa da McGraw Hill Construction, é possível reduzir em mais de 50% as alterações durante a execução da obra. O tempo de planejamento e a possibilidade de visualizar todos os detalhes da obra em 3D permitem a assertividade da execução. Muitos que ainda desconhecem o potencial competitivo desse método, questionam o tempo para projetar a obra, afinal, o conceito do BIM foca em planejar mais para executar menos, com mais segurança e qualidade.
Pode parecer uma moda, mas a partir do momento que o mercado sentir o retorno do BIM na construção civil, será difícil voltar aos processos antigos. Considerando que o método de modelagem já existe há mais de 3 décadas e que fora do país, especialmente na União Europeia, está sendo defendido e requerido inclusive nas obras do setor público, fechar os olhos para o BIM é perder oportunidades.
O BIM pede uma mudança no workflow, de software e capacitação. Essas evoluções de processos geram investimentos, então, deve-se estabelecer um plano de migração eficiente para que os recursos financeiros empregados gerem resultados. A pergunta que se deve fazer é: como implantar o BIM na rotina do escritório, construtora ou no dia a dia de um projetista autônomo? É preciso conhecimento aprofundado sobre a tecnologia, sistemas especializados e dedicação para cumprir todas as etapas de planejamento. Lembrando também que o conhecimento deve ser reciclado, com a busca de novas técnicas para o melhor uso do BIM na construção civil.
Como toda mudança de processo, a inserção do BIM precisa de planejamento, tanto financeiro, como também organizacional. Não pense que a modelagem vai salvar um projeto em um estalar de dedos. A tecnologia de modelagem – sozinha – não garante uma obra de excelência: é preciso educar toda a cadeia produtiva, desde projetista até especificadores, instaladores e os próprios gestores de empresas, para que o método seja aplicado corretamente. O perfil dos profissionais envolvidos com projetos em BIM é diferente daquele de quem projeta com CAD e técnicas mais antigas. A modelagem pede integração entre áreas, dedicação ao planejamento e estudo minucioso do desenho em 3D para levar à execução um projeto com menos alterações, desperdícios de recursos e de tempo.
Diante desses tópicos, a receita para iniciar projetos com o uso do BIM é cumprir o ciclo de estudo, investimento em infraestrutura e avaliação de desempenho, estando aberto para reiniciar o ciclo sempre que necessário, afinal, o segredo da aplicação do BIM na construção civil está em aprender e mensurar o resultado sempre, antecipar problemas para corrigir possíveis falhas.
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